Capítulo 22

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–Toma,veste isso aqui e me encontra lá embaixo-murchei,acabou com todas as minhas expectativas.-E seque o cabelo-Ele jogou meu pijama na cama e saiu fechando a porta devagar.

Tirei toda aquela roupa pesada de tão molhada e me troquei rapidinho. Passei a tolha no meu cabelo e aproveitei pra escovar meus dentes porque ficar com bafo de vomito não é nada legal.Desci as escadas com um pouco de medo de tropeçar nas minhas pernas,cair rolando e quebrar um dente e com mais medo do patrãozinho lindinho do meu coraçãozinho me da uma bronca daquelas que os cabelos até voam. Mas quando cheguei na cozinha até que ele parecia calmo,sereno,gostoso, deslumbrante,gato etc.

–Toma.-Ele me entregou uma xícara e pelo cheiro já pude perceber que era café.

–Obrigada.-Levei o liquido até a boca, queimei minha língua e quase morri engasgada de tão forte que estava.

–Quero que saiba que bebidas são proibidas nessa casa.-Ele ignorou meu engasgo e já foi logo para bronca.

–Me descu...-Ele levantou a mão me cortando.

–Imagina se umas das meninas acordassem e visse você da maneira que entrou aqui.Não seria nada apropriado não acha?

–Me desculpe Sr.Alfonso.Eu juro que nunca fiz isso,eu apenas...me desculpe.-A minha vontade era de me enfiar dentro do ralo da pia,ou melhor,no triturador tamanha minha vergonha.

–Espero que isso não se repita.

–Prometo que não vai.-Baixei minha cabeça e voltei a chorar,ficar bêbada é pior que TPM,o humor muda a cada cinco minutos.

–Ei-Ele circulou o balcão e se posicionou na minha frente passando a mão nos meus braços-Não precisa chorar,não estou brigando com você, apenas te avisando como as coisas funcionam por aqui.Você não pode fazer essas coisas perto das meninas.

–Desculpa Sr.Alfonso.-Falei tentando enxugar as lagrimas.

–Ok!Chega de se desculpar,certo?-e então ele me abraçou e meu coração quase escapou pelo meu nariz.-Está tudo bem agora e você está em casa. Já estava preocupado,sabia?

Eu até ia pedir desculpas de novo, mas já estava ficando repetitivo demais,e outra,depois dessa fiquei até sem palavras,ele se preocupava comigo,tipo assim,comigo.Enlacei meus braços e sua cintura e ali fiquei com a cabeça deitada naquele peito maravilhosamente musculoso.Eu tinha entrado em coma alcoólico e minha alma estava flutuando no paraíso.

–Você está bem?-Sr.Alfonso passou a mão nos cabelos e senti que sua pergunta era realmente de preocupação.Ele já não estava tão bravo.

–Uh hum-Balancei a cabeça afirmando.

–É melhor você se deitar um pouquinho e tentar dormir-Ele se soltou do meu abraço e pegou minha mão-Vem,vou te levar para o seu quarto.

Ele segurou minha mão e me guiou até o meu quarto,entramos ainda no escuro e ninguém se manifestou para acender a luz.Mas mesmo assim ainda consegui ver perfeitamente aquele corpo lindo de morrer se dirigir até minha cama e puxar meu edredom.

–Vem-Subi na cama em pulo,igual a uma criança.O Sr.Alfonso riu e me cobriu até o pescoço-Boa noite petit.

Oooohhh meeuu Deuuus,ele me chamou de petit ou eu tava bêbada demais?E estava morta demais, porque depois que ele deu um beijo na minha bochecha eu simplesmente apaguei,mas posso jurar que ainda o ouvi sussurrar antes de sai um “Ma belle petite” (n/a: Minha linda pequena),podia jurar que ouvi.

É eu realmente estava em coma alcoólico.

Parecia que eu tinha acabado de fechar os olhos e já logo senti uma mão puxando meus cabelos com tanta força que parecia que estavam querendo arrancá-los da minha cabeça.Abri um olho ainda meio sonolenta e vi quem era a criatura que estava me acordando ainda tão cedo.

–O que aconteceu Emilie?

–Tem um bicho no meu quarto.-Emilie com medo de bichos?Acho mais válido os bichos sentirem medo dela.

–Você já não está grandinha pra sentir medo de bichos?

–Não estou falando de bicho papão de historinhas de criança,estou falando de bicho do tipo animal.

–Que tipo de animal?-Perguntei me sentando e ajeitando meus cabelos.

–Tipo um alce.

–E como é que um alce iria parar no seu quarto?

–E eu que vou saber?

–Emilie-respirei fundo-não tem como um alce estar no seu quarto,ok?

–Ta,então é uma capivara.

–E como é...esquece,vamos lá no seu quarto e você me mostra o que é.

–To te falando,não dá pra ficar lá com ele.Pode até ser engraçadinho,mas ele é nojento.-Levantei da cama e a segui até o quarto ao lado.

–O que é?-Perguntou com a mão na cintura.Não estava vendo nada de anormal no quarto dela.

–Ta atrás do guarda roupa.

–Se for mentira sua vou falar para o seu pai te deixar de castigo.-Ela revirou os olhos.

–Então olha lá e me diz se é mentira.-Gelei de medo,e se tivesse mesmo um bicho lá atrás que eu ia fazer?

Atravessei o quarto e arrastei sua cômoda para poder olhar atrás do guarda roupa.Eu não sabia se eu gritava,se eu chorava,se eu saia correndo,mas alguma coisa eu tinha que fazer porque tinha rato imenso lá atrás.

–Ai.Meu.Deus!-Falei pausadamente e bem baixinho para que ele não assustasse e corresse na minha direção.

Au pairOnde histórias criam vida. Descubra agora