O crime

3.2K 268 207
                                    

— Agora eu entendo — Sasuke murmurou para si mesmo, sentindo ao máximo toda a sensação de êxtase do primeiro orgasmo.

— Isso não foi sexo — olhando-o ainda deitada, recuperando seu fôlego com a barriga para cima, Sakura o respondeu num sussurro. Sasuke mal abria os olhos.

— O que foi, então?

— Fizemos amor.

— Tem diferença? — seus olhos se encontraram quando ele virou a cabeça para ela.

— Eu vou te mostrar.

Sakura se levantou e foi até uma pequena geladeira que tinha no quarto. Pegou uma garrafa de bebida que o hotel deixava à disposição por um preço inflacionado. Era um espumante também, mas de qualidade bem inferior à que tomaram na festa, o que para os seus objetivos, não era ruim. Ela abriu e bebeu do gargalo. Tsunade a ensinou que esse tipo de bebida fajuta era a que mais acelerava o processo de embriaguez.

— Eu quero água — Sasuke disse negando a bebida assim que Sakura voltou para cama oferecendo.

— Só depois de um generoso gole.

— Já bebi o suficiente — resmungou.

— Bebeu pouco — continuou oferecendo a garrafa.

Sasuke sabia que se não pegasse, ela continuaria insistindo, então apoiou-se em um dos ombros, de lado, tampando sua nudez com uma parte do lençol, e pegou a bebida dando alguns goles. Viu Sakura virar em seguida mais um quarto do conteúdo da garrafa na sua boca. Parecia animada de um jeito suspeito.

— Não está cansada? — ele perguntou, sentindo seu corpo exaurido e a cabeça pulsando por conta da bebida.

A Haruno balançou a cabeça para os lados, com um sorriso travesso, apoiando a garrafa no aparador de cama e entrando debaixo dos lençóis com ele. Contudo, dessa vez, ela ficou sobre o corpo semi deitado, encarando-o quase testa com testa. Antes que ela fizesse qualquer movimento, Sasuke a beijou, sentindo os lábios gelados por conta da bebida gradualmente ganharem uma nova temperatura. Aos poucos ele foi se deitando, relaxando, enquanto Sakura se debruçava sobre ele aprofundando o beijo. Os dedos finos pelo rosto anguloso, pelos cabelos negros desgrenhados, pelos braços fortes e peito de aço. Sasuke parecia uma escultura viva de um deus grego. Ela queria se lembrar de cada pedacinho.

Os olhares eram mais perigosos que qualquer intimidade que tinham. Eles falavam por aquela janela, despidos de roupas e também de sentimentos. Sakura podia apalpar o desejo e o medo que Sasuke tinha sobre ela.

— Acho que devemos parar — ele sussurrou rouco depois de alguns minutos ao sentir-se excitado novamente.

— Você não quer? — fitou os lábios do Uchiha. Perguntou porque sabia. O olhar que recebia de volta era confuso, mas inegavelmente sedento. Seu corpo também falava, duro abaixo de si, quente como um pedaço do inferno.

— Eu te fiz uma promessa — ainda deitado, ele a olhou profundamente, colocando uma das mechas rosas de cabelo atrás da orelha para ter uma visão de todo o rosto da sua antiga companheira de time.

Sasuke já tinha aceitado o que sentia por ela, mas não sabia muito o que fazer com aquilo. O sexo parecia uma resposta física, contudo, não para o que Sakura podia esperar dele. Havia um grande temor em magoá-la e até potencializar a sua mágoa por qualquer mínima atitude que tivesse. Agora que ele sabia com detalhes sobre o abuso que ela sofreu, se sentia mais culpado e temeroso de tocá-la.

— Você pode me tocar sem me magoar — Sakura respondeu devolvendo o carinho, brincando com os cabelos escuros espalhados pelo travesseiro. — Acha que eu vou me apaixonar por você de novo? — Sasuke deu minimamente os ombros, sem interromper o carinho. — Mesmo assim, eu não quero parar — o beijou de forma cálida. — Diz para mim que você também não quer.

StrokesOnde histórias criam vida. Descubra agora