Os boatos

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Já era noite quando Shizune surgiu na sala de reuniões do Hospital de Konoha com o jaleco por cima de suas roupas normais e algumas folhas de papel na mão.

— Alguma cirurgia de última hora? — Sakura perguntou com simpatia, fugindo do convencional "oi, como você está?". Ela sabia que Shizune estava bem, ela sempre estava. Ela só não era do tipo de pessoa que conseguia disfarçar quando tinha algo a perturbando.

— Não, felizmente — forçou um sorriso. — Vim apenas checar as planilhas de custos que esta ala teve na quinzena para levar à Tsunade. Estamos planejando fazer alguns reajustes nos gastos do hospital.

— Apesar de eu trabalhar menos de 15 dias por mês, tenho tido um pouco de noção dessa falha, mas não quis me intrometer — disse desabotoando o jaleco e se jogando em uma cadeira para descansar. — Tive um turno daqueles... Estou exausta.

— Ta perdendo o costume, isso sim — brincou Shizune.

— Realmente. Fala isso pra Tsunade, talvez ela reconsidere essa minha escala maluca de babá em tempo integral e médica às vezes.

Na hora em que Sakura terminou de dizer isso, a expressão de Shizune piorou. Sakura sentia que tinha algo errado assim que ela cruzou a porta, mas pela mudança repentina de feição, ela teve certeza.

— Sasuke chegou de missão, sabia? — Shizune desconversou, fitando a reação da Sakura com o canto dos olhos.

— Eu sei. Ele passou no QG?

— Na verdade ele foi para lá assim que chegou — serviu-se de café.

— Hum — Sakura não estava muito interessada.

— Ele comentou alguma coisa sobre a missão? — depois da pergunta de Shizune, seu interesse foi conquistado. O que ela queria tanto saber?

— O de sempre. Que foi absurda e que a Tsunade está brincando com a gente — Shizune secou a xícara em uma golada. — O que houve no QG hoje, Shizune?

— Nada! Por que a pergunta?

— Porque você mente muito mal.

— Não aconteceu nada! Eu só perguntei porque preciso saber como vão as coisas entre vocês. Essa foi a primeira missão dele sozinho, então...

— Tá, entendi. Você não vai falar. Eu respeito. Pode me dar uma cópia do relatório da missão?

— Não — respondeu sem hesitar.

— Esta é a confirmação que eu precisava — levantou-se num impulso e caminhou para fora da sala.

— Que isso, Sakura? — Shizune bloqueou sua passagem. — Eu fiz uma simples pergunta, não precisa ficar tão nervosinha. Não posso te dar uma cópia porque está com a Tsunade. Você pode pedir para ela. se quiser — abaixou o olhar.

— Achei que confiasse em mim — comentou num tom ameno e magoado. — Eu confio em você, Shizune. Como se fosse uma irmã. Confio tanto que vou te contar um segredo que ninguém sabe.

— O quê?

— Precisa fazer essas papeladas hoje mesmo?

— Bom, a Tsunade mandou e...

— Poderíamos comer algo aqui perto. Leva as pastas que eu te ajudo enqanto a gente come — Shizune a olhou indagativa. As feições de Sakura não negavam que ela precisava falar algo ou explodiria.

— Tá. Mas não me force a beber nada! Você sabe como eu sou fraca para sakê.

— Pode deixar.

As duas foram para um pequeno restaurante típico e pediram uns aperitivos acompanhados por mais café. Teriam que retornar para fechar o plantão noturno. Começaram conversando sobre o movimento do hospital e trivialidades do dia a dia, quando Sakura começou com um "então", e a partir daí, Shizune já até imaginava o que viria a seguir.

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