A queda

2.8K 228 115
                                    

Konoha

Segunda-feira

A primeira coisa que Tsunade fez ao chegar no seu gabinete foi mandar limpar e revistar tudo. Se Homura esteve lá, não foi só para provocá-la, e sim para procurar ou deixar algo.

Sobre a sua mesa, estava uma pilha de finas pastas com os nomes de Kakashi, Shizune, Shikamaru, Temari, Ino, Sai, Hinata, e outras três pastas mais grossas para Naruto, Sasuke e Sakura. Dossiês completos do último ano com uma série de marcadores colados nas páginas indicando condutas suspeitas e faltas.

Aparentemente, os anciões queriam provar que suas ações estavam alinhadas com a lei e por isso eram justificáveis. Entretanto, analisando os pontos marcados, Tsunade só conseguia concordar com a abertura de uma investigação, pois não havia motivos para punições graves.

Ao questionar sobre Hinata e Ino, avisaram que o relatório não estava finalizado e entregaram apenas um rascunho da ocorrência que explicava de forma simplificada o que tinha acontecido — atacaram um shinobi aliado sem justificativa.

Encontrou também seu próprio dossiê com algumas folhas marcadas, atitudes suspeitas de conflito de interesse. Tsunade olhou uma por uma e concordou com a acusação. Em todos os casos ela estava tentando proteger alguém e não se arrependia disso.

Sem bater, Homura entrou na sua sala e a olhou com superioridade:

— Achei que tinha deixado claro, no Festival de Inverno, que essa mesa não é mais sua, Tsunade-hime.

— Não deixou claro, não — disse sem desviar o olhar dos papéis. — Tudo isso aqui... É inconsistente. Não há provas o suficiente para prender alguém ou mantê-los presos.

— São ameaças para a nossa aldeia. Mas neste ponto, não insisto mais para que enxergue isso — respondeu com um tom cansado. — Recebemos no sábado uma anuência do Senhor Feudal do País do Fogo para te substituir até que o novo hokage seja escolhido.

— A cerimônia de passagem de bastão será na primavera.

— Até lá, eu tomarei conta de tudo — Tsunade riu com desdém e o olhou pela primeira vez.

— Chega, Homura. Eu não vou permitir isso — disse séria.

— Eu não espero que permita — a olhou com a mesma firmeza. — Koharu enviou uma carta para os países das Cinco Grandes Nações avisando-os. Você não tem mais poder, Tsunade. Pode escolher sair de forma pacífica ou indigna.

— Não cederei minha posição para vocês fazerem todo tipo de atrocidade e regresso com os avanços que eu e todos os outros kages lutamos para conseguir. Ficarei até que me apresente um hokage à altura.

Homura balançou a cabeça para os lados e saiu em silêncio, sendo escoltado por um esquadrão da Anbu Raíz. Tsunade sabia que ele não seria louco de tirá-la à força de sua posição, e que uma ordem fantasma do Senhor Feudal não a assustava. Saber que ela tinha apoio dos seus amigos dava mais energia para ela prosseguir. Ela só cederia à pressão se não tivesse alternativa.


País das Fontes Termais

Eles decidiram nem almoçar antes de partir. Juntaram todas as coisas, deixando para trás apenas as yukata de Ano Novo, e saíram sem alarde rumo ao litoral.

Sakura vestia uma calça grossa preta e uma cacharréu com mangas compridas da mesma cor sob uma capa bege de inverno. Sasuke combinava com ela, vestindo calça e blusa preta, com exceção de um colete cinza de linho. Usava uma longa capa preta para esconder sua espada e protegê-lo do frio.

StrokesOnde histórias criam vida. Descubra agora