A fuga

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Capítulo dedicado às víuvas de Strokes, chateadas com a demora da atualização.

O próximo será daqui uma semana? Um mês? Cinco anos?

Sem expectativa, sem ansiedade.


Boa leitura!


País do Relâmpago

Terça-feira

1 mês em jornada

Passava das dez quando Sakura acordou. Tinha tido um pesadelo do qual pouco se lembrava, só sabia que era escuro, úmido e tinha um cheiro metálico que ela conhecia muito bem. Cheiro de sangue.

Sasuke não estava no quarto e a sua primeira reação foi tentar se lembrar da conversa que tiveram horas antes, pois não sabia ao certo se tinham combinado alguma coisa ou se ele tinha avisado que iria sair. A bandeja com o desjejum estava no aparador ao lado da cama com os ovos gelados há muito tempo. Ele devia ter saído para treinar ou investigar mais, deixando-a dormir com a desculpa de que precisava descansar, o que não era mentira.

O estranho era que, por mais sono que Sakura tivesse nos últimos dias, ela sempre despertava com o menor sinal de movimentação no quarto. Ela tinha dormido mais pesado daquela vez por algum motivo.

Levantou-se da cama enrolada em uma camisa dele e caminhou em direção à varanda para conferir como estava o dia. Por lá, Sakura conseguia ver um pequeno pátio arejado, coberto de gelo e cinzas. Cansada de ficar presa no quarto, resolveu se vestir e sair para andar pela hospedagem. Sentia que precisava espairecer, sair do complexo enclausurado no qual se encontrava há dias, quase uma realidade paralela apenas dela e do Sasuke, sob uma redoma de sexo e confabulações.

Na tarde anterior, Sakura abriu novamente o mapa em busca de rotas, enquanto Sasuke dormia no ofurô. Havia uma estrada pouco movimentada que dava direto em um bosque do País dos Pântanos, um possível caminho seguro para deixarem de vez o País do Relâmpago. Assim que Sasuke voltasse, tentaria convencê-lo a partir naquela mesma noite.

Fazia um mês que estavam em missão e praticamente metade daquele tempo naquele país, fugindo de uma ameaça invisível, uma suspeita. Precisavam voltar ao ritmo, acelerar rumo a Iwagakure o quanto antes. Sakura sentia que a calmaria daqueles dias idílicos estava tirando o seu foco, afastando-a do objetivo que a levou até ali, assim como percebia que Sasuke pouco demonstrava se importar, munido de uma cautela que, àquela altura, parecia apenas medo de algo.

Organizou o quarto e saiu sob o seu manto novo, branco como a neve para camuflá-la. Testa coberta por faixas, mas o rosto e o cabelo expostos, pois imaginava que não estavam mesmo sendo vigiados ou seguidos. Era estranho se cobrir tanto uma vez que ela nunca se importou em deixar a pele livre de obstáculos, contudo, fazia isso pelos receios de Sasuke sobre uma perseguição.

Quando chegou à recepção e cumprimentou a garota de pele oliva e longos cabelos castanhos, percebeu que ela se assustou como se encarasse uma aparição, recuando um passo e empalidecendo.

— Estou no 13 — informou, percebendo que ela parecia confusa. — Lembra de mim? — a menina assentiu rapidamente. — Está tudo bem com você? — perguntou ao notar, além da palidez, as mãos sujas da garota.

Aiko engoliu um seco. Estava em dúvida. Planejava entregá-la para um shinobi que acabara de chegar na vila, mas meia dúzia de mineiros chegaram à hospedaria feridos por conta de uma explosão próxima ao vulcão. Só as suas pomadas e chás não dariam conta dos estragos. Ela até já tinha desenganado alguns devido à gravidade dos ferimentos.

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