O conselho

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Konoha

Quatro dias depois

Sob o sol fraco do final da tarde, mais um shinobi retornava da missão.

Exibiu sua identificação na entrada, sendo medido pelos guardas da portaria de Konoha. Assim que pegou de volta os documentos, entregues a contra gosto, partiu em disparada para o QG da vila. Precisava ter uma conversa séria com Tsunade.

Ela estava avaliando os projetos de uma profissional de eventos para o Festival de Inverno que deveria ter sido há alguns dias, mas foi adiado por conta do mal tempo. Tsunade avaliava tudo com um interesse mediano, enquanto Shizune se empolgava com Tonton nos braços, comentando eufórica os detalhes de cada atração.

— Não vejo necessidade de tantas barracas. Por que não chamar apenas as principais? — questionou Tsunade com sensatez.

— Quais seriam as principais, suas favoritas? — a mulher provocou e Shizune não se conteve ao olhar a mestra esperando uma reação. Tsunade apenas riu pelo nariz, debochada, e continuou a folhear o caderno de planejamento.

— Cerca de 20% dos comércios alimentícios que você colocou no projeto não têm movimento, outros 15% estão beirando a falência, talvez não tenham como pagar a taxa para participar...

— Não custa enviar um convite! — a mulher insistiu.

— Esses 35% são desnecessários e eu não aconselho convidá-los — Tsunade fechou o caderno e a encarou. Agora ela estava irritada. Shizune engoliu um seco.

— Isso equivale a... treze tendas? Já pensou no lucro que poderiam gerar nesse festival? E se dobrasse o investimento? — Tsunade debruçou-se na mesa para ficar mais próxima da senhora a sua frente e poder dizer em voz baixa:

— Concordo com 65% das atrações e seguiremos assim. "Parece que quanto mais fica velha, mais rabugenta e peituda fica!", pensava a senhora.

— Dispensada.

— Obrigada! — Shizune completou a educação da outra. A mulher fez uma reverência e saiu em direção a porta, quando abriu deu de cara com um jovem alto de postura bélica.

— O-olá — cumprimentou sem graça.

— Ia bater na porta — explicou-se, olhando por cima dos ombros dela Tsunade ao fundo da sala tirando a atenção de um papel para olhá-lo - com desprezo, diga-se de passagem.

— O que quer, Sasuke? — Tsunade perguntou fria.

— Sasuke?! — a mulher se exaltou.

— Já pode ir — Tsunade voltou a dispensá-la.

Sasuke entrou com seus passos ecoando ouvindo a porta ser fechada atrás de si. Estava do jeito que chegou a vila, armado até os pés.

— Não me respon...

— Eu quero saber que palhaçada é essa que você está fazendo — interrompeu-a, fazendo sua pergunta com a firmeza que não daria espaço para uma desculpa.

Shizune instintivamente levou uma das mãos para a bolsa de kunai. Aquele olhar de Sasuke a colocava em alerta, mesmo que parecesse desprezar sua presença, focando-se exclusivamente em encarar Tsunade com fúria.

— Agora me diz como se atreve vir até mim assim — vociferou a Hokage. — Esqueceu-se do seu atual estado, moleque?

— Parece que quem se esqueceu de se pôr em seu devido lugar foi você, godaime — retrucou. — Tudo o que tem feito é criancice.

— Quando você sentar sua bunda branca nesta cadeira a gente começa a conversar, Uchiha.

— Então você assume que está brincando comigo?

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