A promessa

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Konoha

Quinta-feira

Após a reunião na casa do Naruto, Sasuke e Sakura foram embora juntos. Eram os únicos que moravam na mesma direção, por isso seguiram a sós. Na curva do seu braço, Sakura carregava o exagerado buquê de cravos vermelhos, a grande estrela da última noite de quarta no ano. Andavam sem pressa, no mesmo ritmo, apreciando as ruas decoradas e vazias às quatro da manhã.

A parte do plano foi a mais demorada de se discutir. Precisavam ter certeza de que estavam cobrindo todos os cantos para não serem pegos. A partir do momento que o Conselho batesse o martelo que eles não eram confiáveis, toda a autonomia que ainda tinham estaria perdida.

— Bem melhor assim, não acha? — Sakura perguntou para ele, se referindo à rua branca de neve, silenciosa e deserta. Sasuke não respondeu. — Nenhuma vila em que estive tem esse conforto e beleza de Konoha. Mesmo depois de reconstruída, tem algo especial aqui que se mantém.

— Aqui é a sua casa. Nada mais natural do que você se sentir assim.

— Aqui já foi a sua casa também.

— Hm.

— Algum outro lugar que te remetesse a um lar?

— A loja da Nekobaa — respondeu sorrindo, olhando o céu nublado. Nevaria mais tarde.

— Eu já ouvi isso em algum lugar — Sakura tentou buscar na sua mente de onde que se lembrava daquele nome.

— Achei que se lembrasse muito bem de tudo que vivemos como Time 7 — a provocou sorrindo mais ainda. Era a dica que Sakura precisava.

— Não acredito — estalou os dedos. — A loja de gatos na cidade abandonada!

— Não é bem uma loja de gatos...

— Fizemos uma missão lá. Alguma coisa sobre patinhas de gatos...

— Enciclopédia de Patas — ajudou ela a se lembrar, rindo pelo nariz do quão constrangido se sentiu ao ser levado para um lugar tão pessoal.

— Então você gosta de gatos — Sasuke deu os ombros. — Acho que vocês têm personalidades parecidas — concordou rindo e Sasuke ficou com dúvidas se as semelhanças dele com gatos era algo bom ou ruim. Foi o tempo dele chegar à pousada.

— Vou ficar por aqui — parou em frente à entrada.

Como todas as luzes estavam apagadas, provavelmente ele teria a chave para entrar, Sakura pensou. A poucos metros de distância de onde ele estava, ela observou o sobrado. Era tão discreto que ela não reparava quando seguia aquela rota para casa.

— Sabe que não precisava se mudar correndo, não sabe? — atreveu-se a perguntar, e no segundo seguinte se arrependeu, lembrando-se de como odiou saber que ele moraria com ela, e de como se sentiu mal ao perceber que ele tinha partido sem falar nada, tudo no intervalo de três meses.

— Como eu te disse naquele dia, não é apropriado — colocou as mãos no bolso e a fitou com o olhar baixo. Sakura olhava para os cravos vermelhos em seus braços, arrependida de ter perdido o hábito de ponderar o que falar para o Sasuke. Com certeza ele estava com uma impressão errada dela. — Você quer entrar? — ele a tirou do transe.

— Como assim? — piscou algumas vezes.

— Quer conhecer o meu quarto? — Sakura ficou sem palavras. — Eu não estou com sono depois de tudo o que conversamos hoje. Provavelmente vou ver o sol nascer. Da minha janela dá para ver o córrego congelado derreter um pouco nas primeiras horas da manhã — dizia olhando para a ponte que fazia caminho para a casa da Sakura.

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