Capítulo 1 - 3ª temporada

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Louis' pov

A dor. Vem tão repentinamente, da maneira mais brutal e cruel possível, te assolando sem piedade ou misericórdia, rindo da sua cara de sofrimento, rindo de como você é idiota por amar demais, por se importar demais, por cuidar demais, por ser cego demais.

Mas a dor não dura para sempre. Ela sempre tem um fim, trazido por algo ou alguém importante, algo que passamos a associar com a nossa salvação. Dizemos que fomos erguidos das cinzas, que saímos "do fundo do poço", que voltamos à superfície. Muitas definições para uma única palavra de 9 letras: superação.

Uma coisa se passava pela minha cabeça enquanto eu estava sentado à mesa com meus amigos, fingindo que comia pizza assim como todos: seria possível essa superação chegar rápido o suficiente para não causar estragos sérios demais em mim?

- Louis? LOUIS! - ouvi uma voz distante gritar meu nome e balancei minha cabeça, na falha tentativa de afastar aqueles pensamentos e me concentrar na comida.

- O que eu perdi? - perguntei confuso, percebendo que os pratos de todos já estavam vazios.

- Você nem tocou na comida, Lou. - Liam reclamou, me encarando com aquele típico olhar misto de reprovação e confusão. - Não vai contar o que aconteceu hoje que te deixou quieto?

- Eu... Prefiro falar nisso em outra hora. - me levantei da cadeira e levei meu prato até a pia. - Desculpa, gente. - sussurrei ao chegar na porta da cozinha.

Subi as escadas de mármore até meu quarto e rapidamente tranquei a porta do mesmo. Me joguei sobre os lençóis e almofadas alvos de algodão egípcio e permiti que minhas lágrimas escorressem, deixando marcas em meu rosto e ensopando o caro tecido que recobria as almofadas.

A dor estava causando em mim um estrago em proporções continentais. As lágrimas deixavam em minha pele a sensação de lava, queimando por onde passavam.

Meus pensamentos conseguiram se desprender e voaram até a garota que me acudiu quando eu estava na rua. Viviane Lorenski. Quando estava em sua casa, por alguns minutos tentei memorizar todos os detalhes do rosto da única pessoa no meio daquela multidão que realmente se preocupou comigo ao invés de tirar fotos de "Louis Tomlinson chorando".

Confesso que aquela garota - que acredito não ser mais chamada de garota, já que é uma médica formada - aquela mulher realmente criou uma reviravolta dentro de minha mente, fazendo com que nada tivesse sentido.

Foi algo estranho, não consegui explicar o que aconteceu. Me parecia que ela era a chave para acabar com toda aquela dor, eu tinha a impressão de que ela a solução para tudo.

Mas mesmo assim, nada era capaz de conter minhas lágrimas, que corriam livremente por meu rosto, formando um caudaloso rio de águas salgadas.

Ouvi batidas na porta do quarto e bufei. Nem assim eles me deixavam em paz, a partir do momento em que formamos a One Direction, as maiores invasões de privacidade eram feitas por aqueles quatro idiotas. Grunhi em frustração e me virei para encarar o teto.

- Quem veio me incomodar dessa vez? - gritei irritado para o ser que batia insistentemente na porta de mogno do quarto.

- Louis, é a Juh, abre a porta, por favor, eu sei que você não está bem, não sofre sozinho não. - o volume da voz dela foi diminuindo e, mesmo através da madeira, eu sabia que ela estava prestes a chorar também.

Me levantei contrariado da cama e arrastei meu corpo morto até a fechadura. Girei a chave e, assim que a porta se abriu, fui atacado pelos braços de uma das minhas melhores amigas.

Caminhei com a Julia até a cama e ela se sentou, permitindo que eu me deitasse em seu colo. Deixei que minhas lágrimas continuassem a rolar enquanto ela passava a mão entre os fios do meu cabelo.

Quase impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora