Capítulo 22 - Segunda Temporada

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GIOVANNA'S POV

Acordei no hospital com o corpo travado. Tentei me mover, mas era impossível. Nem um mínimo músculo saía do lugar.

"Maldita morfina", pensei. Sim, eu estava sedada, provavelmente por causa da dor. Eu estava totalmente consciente, mas minhas pálpebras não se moviam, o que me impedia de olhar em volta.

Ouvi algumas vozes e a porta foi aberta. E então, uma voz extremamente conhecida, a voz que me acalmava quando eu estava mal, ressoou, suas palavras reverberando em meus ouvidos.

- Ai, minha irmãzinha... O que foi que você fez? - Liam falou. Logo depois, senti sua mão parar em seu cabelo.

E então uma mão agarrou a minha. Ah, aquela mão... Eu a reconheceria em qualquer lugar, mesmo sem enxergar, como naquele caso. A quem pertencia? Niall, lógico.

- Gih, não faz isso, por favor. - ele começou a falar com voz de choro. - Não vai, fica aqui comigo, com nossos amigos, com os nossos filhos. Eles estão bem, sabia? Não os abandone agora, não me abandone, nós precisamos de você. Eu não digo muito isso, mas eu te amo demais, você é a razão da minha vida, por favor, fica comigo.

Aquilo acendeu todas as chamas possíveis, me deu forças para lutar contra a morfina e tentar falar com ele.

Tentei mexer a mão, querendo desesperadamente apertar a dele, para mostrar que eu estava viva. Consegui mexê-la por no máximo 2 centímetros. Fiquei frustrada com aquilo e senti uma lágrima pingando em minha mão.

Aquela demonstração do amor dele me fez relembrar de todos os momentos bons que tive junto com ele.

"Era uma segunda-feira, dia perfeito para ficar em casa. Minha cabeça estava latejando por causa da bebida da noite anterior. Abri os olhos lentamente e encontrei um par de íris azuis na minha frente.

Aqueles olhos que sempre me deixaram louca. Aquela boca que me fazia delirar. Aquele sorriso, inocente e safado ao mesmo tempo, que me faziam derreter. E aquele garoto, que me tinha nas mãos sem fazer nenhum esforço.

- Bom dia, meu amor. - ganhei um beijo atrevido do dono do sorriso perfeito e ele mordeu o lábio inferior ao reparar no meu pijama extremamente curto que ele adorava.

- Nem acordei direito e você já está querendo algo a mais, não é? - perguntei e ele corou.

- Sabe como é. - ele respondeu. - Você sabe que não me controlo quando você usa esse pijama."

Mais lágrimas caíam sobre minha mão e meu coração começou a acelerar pelo fato de estar fazendo um anjo sofrer.

Os meninos ao meu lado perceberam a mudança, porque logo em seguida ouvi o Liam sair gritando um nome que não consegui compreender.

PALOMA'S POV

Estávamos na sala de espera, aflitos e ansiosos, aguardando notícias sobre a Gih. Comecei a divagar e prestar mais atenção ao meu redor.

A sala era bem grande. O piso e o teto eram brancos e as paredes eram de um azul extremamente claro, quase impossível de se notar. Nas extremidades da parede maior estavam duas portas que levavam às salas de exame e aos quartos. Entre elas, estava o balcão de recepção. Àquele horário, só havia uma mulher lá trabalhando.

Nas cadeiras acolchoadas, havia uma senhora, com idade por volta dos 65 anos. Ela estava sentada com a cabeça baixa, abraçada a uma carta e um urso de pelúcia, totalmente inerte em seus próprios pensamentos.

A Isadora já tinha entrado em contato com a família da Gih. Todos ficaram muito preocupados e viriam ao hospital de manhã.

Harry estava me abraçando de lado, me deixando apoiar minha cabeça em seu ombro. Eu já havia chorado muito, só não continuava porque não existiam mais lágrimas dentro de mim.

Quase impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora