Capítulo 3 - O Recomeço

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Violetta chegava nesse dia após um ano intenso de concertos, viagens por diversos continentes e países; e em casa desta estavam todos ansiosos pelo seu regresso: pela alegria que ela dava aquela casa, pela voz que soava por todo o lado cantando e encantando, pelas saudades que todos sentiam dela; mas principalmente porque esta teria á sua espera Clara, a sua irmãzinha que nascera havia dois meses.

Clara era em geral uma bebé muito sossegada, apenas choramingava quando tinha fome ou quando tinha cólicas. A primeira vez que as teve Gérmen afirmou que ela herdara o dom do canto da família, e de facto Clara tinha um choro muito suave que parecia o som de uma melodia, mesmo quando tinha as cólicas, quando ouviram aquele comentário ninguém pôde negá-lo, e todos concordaram que ela saíra à mãe e à irmã. Nessas alturas de cólicas a única coisa que a acalmava era ouvir Angie cantar, parecia mesmo que também ela nascera com música na alma. Gérmen era um pai muito atento e adorava andar com Clarita, como era carinhosamente chamada, constantemente ao colo; falava-lhe de Vilu, como teria uma irmã sempre pronta a defende-la, como ela lhe iria cantar para ela adormecer; e tantas outras coisas que pareciam tão insignificantes para um bebé tão pequeno. Angie emocionava-se sempre que os ouvia ter estas conversas, não que Clara percebesse mas era engraçado escutá-la dar uns gemidos parecendo que estava a responder, no entanto, apesar de não querer que Gérmen andasse sempre com Clarita ao colo não conseguia ralhar com ele pois adorava ouvir estas "conversas" entre pai e filha.

Olga e Ramalho ambos, disputavam a sua vez de tratar dela e as discussões agora tinham agora mais um tema, porém, sentiam-se felizes por fazerem parte desta família. Angélica ia todos os dias ver a neta, primeiro porque adorava tratar dela, ou apenas olhar para aquela boneca que ela sentia como se fosse um pouco sua, e depois porque sempre dava uma hipótese a Angie para descansar por algumas horas, principalmente nos dias em que Clarita tinha as tão "famosas" crises de cólicas, pois nessas alturas, muitas das vezes nem o canto de Angie a conseguia acalmar. Tocam a porta, Angie descia as escadas com Clara, e Olga vai atender.

— Eu vou...é a minha Chiquitinha, é a minha Chiquitinha. - Diz ela, enquanto Angie se ri, pois ainda era cedo, porém era normal toda aquela ansiedade, desassossego, nervosismo; as saudades eram enormes e todos esperavam pelo momento da sua chegada. Era notória a falta que Vilu fazia a todos naquela casa.

— Obrigada Olguita, mas ainda deve ser cedo para Vilu chegar. – Olga abre a porta, sem ligar nenhuma a Angie, era apenas Angélica – Mamã, chegaste cedo.

— Vilu já chegou? Estou muito atrasada? – Entra apressada cumprimenta Angie e dá um mimo a Clarita.

— Não Mamã, ainda é bem cedo...não sei quem está mais nervosa se tu se Olga.

— Ainda é cedo? Pensei que já vinha tarde...e não estou nervosa, estou ansiosa.

— Tem calma que logo, logo a tua neta vai chegar; Gérmen foi busca-la á pouco...deve estar mesmo a chegar. - Deitou Clara no pequeno berço que fora instalado na sala. – Tem calma, que ainda hoje terás as tuas duas netas juntas.

— Nem posso acreditar... - Deixando cair uma lágrima. - Depois de tudo o que aconteceu: da morte de Maria, da morte do teu pai...e hoje tenho duas netas tão lindas. – Emocionando-se abraça-se a Angie. – Mas pensei que já vinha atrasada...e Ludmila também vem com Gérmen?

— Não Mamã, ela seguiu com Frederico para Itália. Porque perguntas?

— Curiosidade apenas, ela é bem diferente de Vilu, mas com uma mãe como a dela: impedir que o próprio pai falasse com a filha!

— Mamã, apesar de todo o mal que Priscila lhe fez, Ludmila mudou muito...já não é a mesma que conheci nos primeiros anos no Estúdio.

— Bem a nossa Vilu teve muito a ver com essa mudança...

Violetta - O Recomeço (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora