Capítulo 5 - A Verdade da Mentira

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Enquanto José e Gérmen falavam no escritório, entre acusações de um e repreensões do outro, entre uma conversa que tanto era num tom elevado por momentos como mais calmo noutros, enquanto eles falavam, discutiam, argumentavam, se acusavam mutuamente; Angie começava a despertar, e instintivamente virou-se para o berço para ver se Clara dormia, como não a viu pensou imediatamente que Gérmen estivesse com ela na sala.

Quando ia a sair do quarto ouviu Vilu a cantar e foi ter com ela, quando chegou a porta viu que ela cantava com Clara ao colo, esta estava a adorar toda aquela atenção e mimo.

"Por tu amor yo renací Y eres todo para mi

Hace frío y no te tengo Y el cielo se a vuelto gris

Puedo pasar mil años Soñando que vienes a mi

Por que esta vida no es vida sin ti

Te esperare por que a vivir tu me enseñaste

Te seguire por que mi mundo quiero darte"

Violetta cantava cada vez melhor, e fechando os olhos era como se ouvisse Maria a cantar, era impressionante como as suas vozes eram tão parecidas. Vilu apercebe-se da sua presença e para, Angie entra e dá-lhes um abraço.

— Acordei-te, desculpa...mas cantar acalma-me. E parece-me que Clara gosta que e cante para ela...

— Não, não me acordaste...e eu adoro-te ouvir cantar. Fazes-me lembrar a tua mãe; é incrível como cada vez mais te pareces com ela: eu fecho os olhos e é como se ela estivesse á minha frente a cantar.

— Achas mesmo que canto tão bem como ela, e que temos as vozes assim tão parecidas?

— Sim, muito. Às vezes ao ouvir-te cantar, ou apenas olhar-te nos olhos, não sei parece que a vejo...mas estás nervosa? Passa-se alguma coisa?

— Não..quer dizer sim...é o avô está lá em baixo a falar com o papá.

— O teu avô está cá outra vez? A tua avó deve-lhe ter contado tudo.

— Sim, e ele estava tão chateado com o papá, e comigo...e...

— Contigo? Por causa da música?

— Sim, não percebo Angie; porque é que ele continua com toda esta mágoa, com todo este rancor...que culpa tem a Avo Angélica, não se escolhe por quem nos apaixonamos.

— Mas tu também sabias? Acho que a única que não sabia de nada era eu.

— O papá contou-me à pouco, e é incrível não é: dois amigos a gostarem da mesma rapariga e mais tarde os filhos apaixonam-se.

— Sim...mas não estejas assim, tudo se vai resolver. Vou descer ver se consigo acalmar os dois, ficas com Clara?

— Angie, não vás por favor deixa o papá falar com ele...não vás Angie...

— Eu não tenho nada que temer, nem tenho que me esconder...ficas com Clara?

— Sim, eu fico; mas não devias descer. O avô está mesmo chateado, o papá não se devia ter esquecido de lhe falar para lhe contar tudo o que se tem passado.

— Vilu, o teu pai tentou. Esqueceu-se depois, mas não me parece assim tão grave para o teu avô ter uma atitude destas. Todos nós podemos errar e esquecermo-nos de alguma coisa...

— Tu não conheces o Avô José...com ele não há erros...

— É verdade, eu não o conheço; mas vou tentar que eles não digam nada que não queiram, tentar acalmar os dois é uma boa forma de começar a conhecer, e também para ele perceber que não quero guerras.

Violetta - O Recomeço (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora