Capítulo 4 - A Visita Inesperada

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Passam-se alguns meses, Clara tinha já cerca de seis meses, e todos retomaram as suas vidas: Gérmen continua com os seus negócios, com as suas reuniões sempre acompanhado por Ramalho mas também a tratar da parte financeira do Estúdio; Olga continua nas suas lides de casa; Vilu começara a trabalhar no Estúdio junto de Pablo e Angie apenas trabalhava meio tempo para dessa forma poder continuar a tratar de Clara, que crescia tão depressa que Gérmen todos os dias lhe dizia em tom de brincadeira que não tivesse pressa em crescer, que tinha muito tempo.

Angie ria-se destas conversas entre pai e filha, mas no fundo também ela não queria que Clara crescesse, ela adorava tratar dela e sentia-se feliz assim, no entanto, sabia que mais cedo ou mais tarde teria que voltar ao trabalho definitivamente, e embora soubesse que Olga e Angélica iriam tomar conta de Clara tão bem ou até melhor: com mais mimos, com mais condescendência, com menos regras e rotinas que ela achava necessário para o seu crescimento; e aquela saudade própria de quem e mãe já se apoderavam de Angie e sentia uma certa angústia por ter que a deixar, por estar tanto tempo longe da sua Clarita.

Angélica passava muito tempo com Angie falando do passado, do presente mas também do futuro. Adorava olhar para Clara e sentir que iria poder acompanhar o seu crescimento como nunca conseguira fazer com Violetta, já que quando esta tinha os cinco anos, lhes fora retirado a possibilidade de conviver com ela; assim ela esperava conseguir viver tudo isso com Clarita. Estão as duas na sala, numa manhã como qualquer outra a conversar, nesse dia Angie não tinha aulas, e de repente ouvem Vilu a descer as escadas bastante apressada.

- Bom Dia Angie, Bom Dia Avó...e até logo.

- Vilu, mas nem tomaste o pequeno-almoço...Vilu! - Mas já tinha saído porta fora. - Já viste, todos os dias é a mesma coisa...

- Deixa-a, ela está feliz. Não é que todos queríamos?

- Sim mamã tens razão. Mas, não posso evitar em cuidar dela.

- Já fizeste a tua parte, fizeste-a seguir os seus sonhos agora tens que a deixar voar...é difícil eu sei mas é o que nós mães temos que fazer: deixar-vos voar.

- Mas eu não sou mãe dela...nunca o vou ser, nem quero...

- Angie por muito que não o querias ser, para Vilu serás o mais próximo de uma mãe que ela algum dia teve ou irá ter.

- Eu nunca quis, nem quero substituir Maria...eu só quero que ela sinta que estou aqui para o que ela precise.

- Eu sei, Vilu sabe e a tua irmã esteja onde estiver também sabe disso. Tenho a certeza que ela iria gostar de ver a vossa relação, como é tão bonita.

- Quando olho para Vilu, já quase nem me lembro daquela menina tímida que vi pela primeira vez, que tinha saído de casa sem conhecer nada desta cidade; pensar no que ela lutou, no que ela conquistou durante estes anos.

- E foste tu que a ajudaste Angie. Se não te tivesses aproximado dela...acho que continuaria a ser a menina introvertida que conheceste.

- Eu apenas lhe abri as portas, o resto ela fez sozinha. Maria estaria orgulhosa dela, tenho a certeza.

- A tua irmã estaria orgulhosa das duas, não tenho nenhuma dúvida.

- Não fiz nada que ela não o tivesse feito também se...

- Eu sei...e também sei que ela nunca teria escolhido melhor "mãe" para a substituir.

- Obrigado Mamã. Mas nem sabes a confusão que me faz ela sair sem comer, e todos os dias a mesma coisa anda sempre atrasada.

- Se bem me lembro havia alguém...- apontando para Angie...- que também se levantava atrasada...ou será que já te esqueceste?

- Mas eu ainda estudava, e a culpa era de Maria!

Violetta - O Recomeço (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora