Capítulo 7 - Memórias Esquecidas <continuação 1>

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Quando amanheceu Gérmen apercebeu-se que tinha adormecido no quarto de Violetta. Esta ainda dormia ao seu lado, sem fazer ruído ele sai e depois de se arranjar desce para o escritório, Olga que estava já na cozinha decide levar-lhe o pequeno-almoço ao escritório, sabe bem que nenhum deles tem conseguido comer ou mesmo dormir depois de todos estes últimos acontecimentos. Quando estava para o levar tocam á campainha, e ela vai abrir: era Rosário. Olga nem quer acreditar! Primeiro José, agora Rosário, estava tudo a acontecer ao mesmo tempo, era tudo muito complicado, muito confuso, muito tumultuoso e Olga fica como que assombrada. Rosário cumprimenta-a e pergunta-lhe por Gérmen, ela não consegue falar mas indica-lhe o escritório, esta percebe que Olga estava a levar o pequeno-almoço a Gérmen, pega na bandeja e pede a Olga que lhe prepare também um café, depois vira-se e bate á porta do escritório. Gérmen convencido que é Olga ou Ramalho manda entrar.

- Posso entrar Gérmen?

- Mamã! Mas eu pensei que tu não viesses...tu disseste que não vinhas.

- Sim e não era para vir mas a tua irmã, Luzia, convenceu-me.

- Luzia, convenceu-te? - Gérmen estava incrédulo...

- Sim. Eu contei-lhe tudo o que me disseste ao telefone. E bem podes agradecer á tua irmã por ser muito convincente quando quer. – Gérmen faz uma cara de admirado, zangado...confuso.

- E decidiste vir porque Luzia te convenceu...mas quando eu te pedi tu nem pensaste duas vezes e respondeste logo que não...e ainda queres que agradeça a Luzia...

- Gérmen, cena de ciúmes na tua idade...não achas que estás um pouco crescido para isso?

- Não são ciúmes, simplesmente acho incrível...só vieste porque a tua filha te disse para vires e quando fui eu, o teu filho, que te implorei pela tua ajuda, simplesmente me ignoraste me mandaste tratar eu do assunto.

- Ela apenas me disse que seria uma boa oportunidade para que todos, e incluo Angélica, saberem de tudo. E que tu precisavas da minha ajuda...mas se não queres volto para Sevilha...

- Não, desculpa mamã, eu estou cansado têm sido dias difíceis. E também já te disse que Angie nunca vai deixar que Angélica saiba de...de toda esta história entre ti e Miguel...ela ama-a demasiado.

- Agora sou eu que te digo que não é justo castigar Luzia. Ela quer-vos conhecer, estar com a sua família: contigo, com Violetta, com Angie, com Clara.

- Não me parece que isso vá acontecer tão cedo mamã. Desculpa, e sei que Luzia não tenha culpa mas têm que dar tempo a Angie.

- Por isso mesmo decidi vir. Não vim falar com o teu pai, nem contigo e muito menos com Angélica...vim falar com Angeles.

- Vieste falar com Angie?

E pegando numa foto de casamento de Gérmen e de Angie, relembra vários momentos do passado: aquela menina linda de cabelos loiros, olhos verdes...a correr, a saltar, a dançar, a cantar...parecia que fora ontem que a vira assim um anjo lindo...mas estava uma mulher linda e a expressão continuava igual toda ela inspirava uma doçura brilhante.

- Ela continua tão linda como eu me lembrava. Sempre teve este ar de anjo...mas era tão endiabrada...

- Tu ainda te lembras de Angie? Mas passaram-se tantos anos.

- Sim, mas há feições que não mudam...e Angeles não mudou nada, tem a mesma expressão que tinha quando era menina. Lembras-te quando ela caiu num natal e a árvore caiu em cima dela, e quando a tiramos de lá ela ria como se nada fosse.

- Sim, Maria ficou tão aflita...mas quando levantamos a árvore Angie ria...com as luzes todas embaralhadas naquele cabelo loiro...

- E estes olhos verdes, que nos inundavam de doçura, ternura candura, inocência até...continua com o mesmo olhar. Sabes onde é que ela está?

Violetta - O Recomeço (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora