Capítulo 21 - Epilogo 1

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Naquela manhã, Angie estava empolgada, mal podia acreditar que em algumas horas estaria com a sua filha nos braços. Foram semanas afastada, quando saiu de Sevilha, Clara estava na fase de querer agarrar-se a tudo para se manter de pé. Ela passara a direito a fase de gatinhar, talvez porque tinha os primos a incentivar e até mesmo a avó Rosário.

Será que ela já andava? Será que Angie perdera esse momento tão importante na vida de um bebé? Não era para ser assim. Angie tinha imaginado viver cada momento, cada nova descoberta de Clara junto com Gérmen e de Vilu.

Violetta! Ela estava ansiosa por poder abraça-la.  Quando saiu de Espanha, a sobrinha continuava em coma, nem sabia quando ou se ela iria acordar. Se soubesse que logo Vilu voltaria para eles, nunca os deixaria. Mas Angélica tinha o direito de saber, era avó. E Vilu era a única ligação que elas tinhas de Maria.

Se Angie soubera antes que a mãe se tinha "vendido" a José. Ela ainda não acreditava no que vira e ouvira, era como se tudo fosse um sonho, ou um pesadelo. E assim vira-se forçada a permanecer longe de quem ama, longe do seu coração. sim porque ele ficara com Gérmen e as suas meninas.

E tudo porque alguém não consegue superar algo que o seu pai lhe fez há mais de 30 anos. José parece ter parado no passado, a reviver uma dor apenas dele. Angie se perguntava como um ser humano conseguia viver com tanto rancor guardado em si, era algo com toda a certeza que o corroía por dentro.

- Angie podes por favor parar quieta... - diz Martina que já não aguentava ver a prima a andar de um lado para o outro.

- Não consigo...-responde Angie, sentando-se ao seu lado...- Foram muitos dias sem poder abraçá-las, dar miminho. Elas são duas das pessoas mais importantes na minha vida.

- Se não paras quieta levo-te novo para o hospital, é isso que queres? - pergunta-lhe a prima...- Não podes enervar te, lembra-te dos teus filhos

-  Não estou nervosa, estou ansiosa...- Angie dá um suspiro e acaba por se sentar ao lado de Martina que lê um livro qualquer.

- Vai dar ao mesmo...- Martina solta o livro que está a ler...- O que tanto pensas?

- Nada...- Martina olha para a prima...- como é que sabes que eu estou...- ela aponta para a sua cara.

- Porque tu continuas a ficar com um bico enorme quando a esta cabecinha está a pensar em alguma coisa. O que é ela tanto pensa?

- Estava a pensar no tio Roberto...e no pai do Gérmen.- olha para a prima...- Eles são irmãos, mas são tão diferentes...sei lá.

- Bem o meu pai sempre nos disse que o Tio José tinha um feitio diferente, ele nunca entrou em pormenores. Mas um dia a minha mãe contou-me o porquê, e no fundo tudo se resume a ciúmes: de ter deixado de ser o príncipe da avó e o filho perfeito perante o avô. E para culminar o Tio Miguel "roubou" a mulher pela qual ele era apaixonado desde sempre...

- O meu pai não "roubou" nada de ninguém. Até porque a minha mãe não é nem nunca foi mercadoria para ser roubada. Ninguém manda no coração...

- Tens razão ninguém manda no coração, e eu que o diga...- Martina cala-se assim que percebe que falou em voz alta...

- O que se passou contigo? Tini, eu já percebi que o teu coração foi magoado, desabafa comigo, por favor...

- Não está magoado, está dolorido...mas quem sabe um dia eu não te conte! Hoje não é esse dia, anda vamos lá abaixo, elas estão a chegar...

E assim desceram para receber os quatro viajantes...ansiedade era pouco para descrever o estado de Angeles naquele momento. O seu coração parecia que saía pela boca, de tanto que ele batia. Quando chegou à porta da rua, as lágrimas já lhe escorriam pela cara...

Violetta - O Recomeço (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora