Capítulo 11 - A Esperança é a Última Morrer (continuação 1)

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Luís sai e encontra os dois abraçados, dirige-se a eles e leva-os ao quarto de Violetta. Quando entram o choque é enorme Angie vai até à sobrinha e chora sobre ela, Gérmen apesar das lágrimas lhe correrem pelo rosto fica estático a olhar para a filha: estava tão frágil, tão vulnerável, ele sentiu-se impotente perante aquilo, sentia-se mal, sem forças se quer para andar era como se de repente alguém o tivesse colado ao chão e apesar de ele querer mexer-se não conseguia. Angie por sua vez continuava junto de Vilu, as lágrimas corriam-lhe pela face sem cessar e entre beijos e carícias ia falando com ela, não sabia se ela a ouvia mas foi-lhe falando e implorando para que acordasse.

- Angie eu sei que este momento não é o melhor mas...preciso mesmo de saber se o seu pai morreu com algum problema de coração...- Angie empalideceu, ela não iria conseguir fugir daquilo, apesar de já ter tido que não eles continuavam a insistir, naquele momento Gérmen saiu do seu estado letárgico e foi ter com Angie uma vez que percebeu que com a pergunta de Luís ela ficara mais branca que cal...- É importante para...

- Eu já disse que não...o meu pai não morreu, nem nunca teve problemas de coração

- Mas a Rosário ela diz que...

- O meu pai...ele teve uma paragem cardíaca sim...mas ele...

- Então tudo isto pode ser genético...o que o teu pai tinha, pode...

- NÃO... - Angie gritou...ficaram os dois a olhar para ela, Gérmen apenas a abraçou, ou tentou pois ela afastou-o...- Já lhe disse que não.

- Angie...mas acabaste de dizer que o Miguel teve uma paragem cardíaca, e dizes que ele não tinha problemas de coração?- afirma Gérmen tentando ao mesmo tempo acalmá-la.

- Sim mas...- e afastou-se da cama onde estava Violetta e foi até à janela que havia no quarto...respirou fundo como que a tomar coragem e...- No dia em que o meu pai morreu eu fui a casa para ir buscar um casaco tinha combinado com o pessoal do Estúdio irmos ao cinema. Quando entrei em casa, vi a porta do escritório aberta. Não era normal, desde que Maria morrera que ele se fechava sempre, então entrei e foi quando o vi...ele estava no chão.

- Angie...- Gérmen aproxima-se e abraça-a por trás...

- Aproximei-me devagar pois naquele tempo o meu pai bebia muito, desde que Maria...ele bebia bastante, e por vezes estava tão "descontrolado" que se tornava um pouco agressivo.

- O teu pai...ele batia-te?

- Não...- e virou-se para os dois com lágrimas nos olhos...- Mas às vezes preferia que ele me batesse...uma palavra Gérmen, basta uma palavra para te doer mais que uma bofetada

- Eu não tinha ideia que...ele sempre se mostrara tão...carinhoso contigo e com Maria...

- Depois de Maria morrer ele mudou muito, e depois tu fugires com a Vilu...aí as coisas descambaram de vez.

- Perdoa-me...sei que agora de nada vale mas...

- A culpa não foi só tua, na altura eu não sabia mas penso que foi nessa altura que ele descobriu que Luzia existia e bem eu deixei de existir para ele. A única coisa que ele queria era encontrá-la...

- Mas como é que o teu pai soube da Luzia, pelo que conheço da história a Rosário sempre disse a todos que deixara Luzia com uma amiga...

- Na verdade não sei, mas quando cheguei perto dele naquele dia para além de uma garrafa vazia estava uma caixa de comprimidos vazia. Percebi logo o que ele tinha feito, ainda estava consciente...mas acabou por morrer nos meus braços.

- Angie...porque é que nunca disseste nada...- Gérmen nem podia acreditar no que estava a ouvir.

- Nunca contei a ninguém, assim que percebi que ele tinha morrido e antes de chamar alguém eu coloquei a caixa dos comprimidos na minha carteira e a garrafa no lixo...

Violetta - O Recomeço (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora