Capítulo 6 - À Procura de Angie <continuação 1>

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Enquanto isso Angie e Brenda conversam já na casa que fora desta, tinham combinado com Pablo que apenas se falariam por telefone, para não correr o risco de alguém seguir Pablo e descobrir o paradeiro de Angie. Clara dormia numa cama que Brenda tinha conseguido junto de uma vizinha, dizendo-lhe que era para uma filha de uma prima que tinha vindo visitá-la durante uns tempos, ninguém podia saber quem eram na realidade.

— A casa não é muito grande, mas aqui pelo menos poderás estar mais descansada e pensar no que vais fazer.

— Obrigada Brenda, a sério. Eu nem sei se quero pensar, estou tão confusa, o que queria mesmo era dormir, esperar que tudo se resolvesse.

— É normal, mas posso-te fazer uma pergunta, e não me leves a mal, mas não estás nem um pouco curiosa por conhecer essa irmã?

— Sinceramente, não. Ela simboliza algo que nunca pensei que o meu pai pudesse fazer. Ele não era o melhor pai do mundo, mas era o meu pai.

— Angie, se pensares bem ela não teve culpa de nada. O erro foi do teu pai e da mãe de Gérmen não dela.

— Eu sei Brenda, ela também é uma das inocentes nesta historia...mas...não consigo pensar que tenho um irmã...que também é irmã de Gérmen.

— Mas um dia vais ter que encarar a realidade tal como ela é, porque ela existe e mais cedo ou mais tarde ela irá aparecer na tua vida. É confuso eu sei...mas já pensaste que podes ter mais sobrinhos, quer dizer ela pode ter filhos é possível!?

— Nem tinha pensado nessa possibilidade...Ai! Acho que neste momento não consigo pensar nisso, e sinceramente nem quero pensar...queria dormir até tudo isto se resolver.

— Eu percebo-te, mas nada se vai resolver sozinho. E tens que pensar no que vais fazer, em relação á tua mãe e a Gérmen.

— Eu sei, mas não sei se quer por onde começar...das poucas coisas que eu sei é que não quero perder Gérmen, e que não quero ter que contar toda esta história á minha mãe.

— Mas não podes ter as duas coisas, quer dizer para não perderes Gérmen terás que contar tudo á tua Mãe.

— Eu não posso nem quero magoar a minha mãe...depois da morte do meu pai e de Gérmen nos ter afastado de Vilu ficamos só as duas...eu não consigo...

— Eu percebo...a sério. Mas não achas que estás a abdicar de muito e de certa forma a privar Clara de crescer em família? Com uma mãe, um pai, uma irmã?

— Eu nunca a vou afastar da família, eu não vou afastá-la de Gérmen e de Violetta...não depois de sofrer o que sofri por nos terem afastado de Vilu como nos afastaram, sofremos todos.

— Exatamente sofreram todos...e será que não vais repetir toda essa história, esse sofrimento...porque ao fim e ao cabo tu estás afastada dos que amas e a forçar uma separação.

— Mas como é que eu posso ser feliz com Gérmen se souber que foi às custas de fazer a minha mãe sofrer?

— E tu estás disposta a sofrer?

— Seja qual for a minha decisão, eu ficarei sempre a perder em tudo isto...- Levantando-se espreitou Clara que dormia no berço.

— Provavelmente, mas também não tens muita alternativa vais ter que escolher entre perder Gérmen ou de certa forma perder a tua mãe.

— E agora pergunto-te que culpa tenho eu dos erros do meu pai? Porque é que tenho que ser eu sempre a sofrer pelos erros dele?

Brenda levanta-se e abraça-a. De facto Angie era a mais prejudicada em toda esta história. Ao escolher proteger a mãe perderia Gérmen, mas se fosse ele a sua escolha a mãe iria sofrer e por consequência ela sofreria por vê-la mal; assim em qualquer das duas opções ela iria sofrer, e não era justo pois ela não fizera nada de mal e Gérmen também não, porque é que tinham que ser eles a sofrer as consequências dos erros dos pais. Chegaram assim as duas á conclusão que não havia solução que fosse a melhor, porque nenhuma seria a ideal.

Violetta - O Recomeço (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora