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- Freya Brown
(Big Island, Hawaii)

Meia hora havia passado.

Continuava sentada no sofá interior do barco ao lado do Justin Bieber, ainda a segurar as toalhas.

Notava que começava a ficar arrepiado, o que me deixava arrependida pelo que lhe fiz. O clima estava pesado, nenhum de nós se pronunciava. Encarei o rapaz ao meu lado, a remoer-me.

- Hum... Desculpa, Justin.

O Justin encolheu os ombros.

Notava-se que algo o perturbava, a sua expressão pensativa denunciava-o. Não sabia como quebrar o gelo.

Mantive-me em silêncio, a pensar num assunto para abordar.

Será que alguém esperava por ele? Será que os seguranças estavam à sua espera na marina? E prontos para avisar todas equipas de resgate? Achei que fosse um bom tema para abordar.

- Tens pessoas à tua espera?

- Estou sozinho na ilha. - Encarou-me e reparou que estava surpreendida. - Não sou uma criança, Freya.

- Ao contrário do que todas as pessoas pensam de ti.

- Não tenho a culpa de ser atacado por paparazzis onde quer que vá. Ninguém é capaz de perceber.

- Tenta-me, Justin.

Os nossos olhares cruzaram-se, senti o quão cansado estava. Cansado de todos lhe apontarem o dedo e ninguém tentar calçar os sapatos dele.

Era deprimente uma pessoa tão nova e com tanto pela frente, sentir que não é capaz de continuar nisto.

Sentir-se desamparado a viver o sonho que cresceu com ele.

- É verdade o que dizem?

- Qual parte? Dizem tanta coisa, que já não consigo lembrar-me. - A voz fez-se ouvir num tom rude.

- Que estás cansado da tua vida. E não tens paciência para as fãs.

- Estou cansado, sim.

Baixou a cabeça, passando as mãos nos cabelos despenteados. Voltei a reparar nos pêlos arrepiados.

Começava a sentir-me bastante mal ao olhar para o Justin.

- Era suposto distrair-me, mas até aqui encontrei uma hater que me lançou do barco a fora.

- Não me faças sentir pior!

Voltou a encarar-me, fazendo-me crer que queria desabafar, só não sabia se era uma pessoa de confiança ou se o ia expor assim que voltássemos.

E compreendia o seu medo, havia tanta falsidade e manipulação no ramo onde se envolveu tão novo.

Ele podia confiar em mim, mesmo que ficasse doente por minha causa.

- Posso levar-te onde quiseres quando chegarmos e comprar-te o telemóvel! É o mínimo, como já disse.

- Leva-me para tua casa.

FATE  ➛  JUSTIN BIEBEROnde histórias criam vida. Descubra agora