44

1.1K 81 13
                                    

- Freya Brown

Aquela espera estava a matar-me aos poucos. Quanto mais médicos saíam ou entravam dos consultórios, mais nervos se criavam dentro de mim.

A minha mãe estava num dos tantos consultórios, enquanto eu olhava para a criança adormecida no carro.

Estava a tomar conta da minha meia-irmã, a vê-la pela segunda vez. Era um bebé tão bonito, transmitia-me calma e isso entrava em parafuso com os nervos pela conversa que se prolongava entre a minha mãe e o médico.

Para além disso, as consequências da noite anterior e das apostas que decidi fazer com Leah.

Não me lembrava da última vez que me havia divertido tanto. O final de ano foi uma noite fantástica, apesar de mal ter tocado em álcool.

Já na noite anterior, esse deixou-me mais à vontade, mais animada e ajudou a descontrair bastante.

Para acordar e ir para o hospital com a Louisa, aterrar nos problemas.



Bieber 👑
- Com que então não ias beber? Estavas bonita, estavas! Bom dia e boa ressaca para ti.
(received 10:56am)
- Bom dia só se for para ti, que estou no hospital há uma hora!
(sent 10:56am)
- Com a tua mãe, não é?
(read 10:57am)



Antes de lhe responder, a minha mãe deixou o consultório. Percebi que tinha chorado pelos olhos.

O médico deitou-me um olhar, antes de se dirigir ao consultório de novo.

Segui a minha mãe até ao carro, visto que pegou no carro da criança e a levou pelos corredores. Comecei a caminhar atrás dela, passos largos e rápidos, tal como os de Louisa.

Parecia frustrada, triste e com muito para dizer. Protegeu a criança no banco de trás e entrou no carro.

- O que se passou? - Perguntei, sentada no lugar de pendura.

Encolheu os ombros.

- É preciso voltar a perguntar? Se não quisesses que soubesse, não me tinhas pedido para vir.

- Há uma hipótese ainda. - Manteve o olhar na estrada.

- Qual?

- Transplante de medula.

- Mas isso não é aquilo que dizem logo, a primeira opção para quem tem essa doença? - Ela assentiu.

- E já tinham falado isso, apesar do teu irmão não ser compatível.

- Suponho que o teu marido também não. - Afirmou com a cabeça, soltando um suspiro.

- As listas de espera são intermináveis.

- Eu faço. - Olhou-me, confusa. - Faço o teste de compatibilidade.

- A sério?

- E se for positivo, faço o transplante.

- Freya, os transplantes têm riscos. Os de medula são... Perigosos. E não quero fazer quimioterapia.

- Preferes morrer? Como disseste, tens uma filha com meses.

FATE  ➛  JUSTIN BIEBEROnde histórias criam vida. Descubra agora