Os olhos dele foram lentamente da cama, até ao Sam, à mim, e pararam petrificados nas fotos em minhas mãos; fotos essas que eu tinha certeza... Eu era a última pessoa que ele queria que tivesse acesso.
Merda.
Lembrei-me de todas as vezes que o chamei de monstro; de assassino; das vezes que olhei para ele completamente enojada e virei o rosto.
Mas agora eu estava ali.
Sam tinha me trazido para dentro de sua intimidade, dentro de sua história; a pessoa que ele mais detestava no mundo, tinha sentado em sua cama e descoberto seus segredos de infância.
Então entendi a expressão dele - Aquilo era um sentimento de traição; olhou para Sam com grande decepção e raiva, e para mim como se eu tivesse finalmente ganhado alguma espécie de jogo silencioso entre nós dois.
Não era assim que eu me sentia.
Tudo o que eu sabia era que eu não devia ter entrado naquela porcaria de quarto.
Sam se colocou de pé devagar, sutilmente se movendo para a minha frente como se fosse um ato inconsciente, mas não era - Aos poucos ele me escondeu da linha de visão de Dean.
"É tudo minha culpa. Foi tudo ideia minha" - Ele começou a se explicar rapidamente, dizendo um monte de palavras uma atrás da outra de mãos erguidas tentando distraí-lo e acalmá-lo, mas quanto mais ele se esforçava, menos era ouvido - Dean continuava a me encarar sem dizer nada como se nem estivesse prestando atenção em seu irmão.
Até que se cansando, ele saiu da dura posição em que estava e veio na nossa direção.
Sam deu um passo à frente.
"Ei! Você está me ouvindo?! Ela não fez nada de errado, eu não vou deixar...".
Dean tentou passar por ele no meio da frase, mas Sam deu um empurrão em seu ombro; Dean mal pareceu sentir e rapidamente tirou a mão de seu irmão de cima de si.
Quando eu dei por mim ele estendeu a mão e agarrou meu pulso; puxou-me de encontro ao seu corpo. Sam me segurou pelas costelas com tanta força que eu perdi o ar.
"Solta" - Dean grunhiu completamente embebido de raiva.
Senti que uma merda bem maior ia acontecer a qualquer momento se eu não fizesse nada; mas achar coragem para dizer alguma coisa enquanto os dois me apertavam entre si estava impossível - Eu podia sentir os dois respirando com violência em cima de mim, completamente fora de controle.
"Vai ter que resolver comigo" - Sam respondeu no ato.
Sem paciência Dean começou a aumentar a força que aplicava em mim rapidamente; levou apenas um segundo e eu já estava prestes a gritar de dor.
"Ele só vai me levar de volta para o porão" - Tentei falar sem tremer a voz, com mansidão - "Não é, Dean?".
Esforcei-me para olhar em seus olhos na pergunta, falando com ele pela primeira vez em semanas. Isso pareceu surpreendê-lo e confundi-lo o suficiente para se distrair.
"Está tudo bem, Sam. Pode me soltar" - Pedi, mostrando que queria ir e me aproximando dele. Sam negou com a cabeça e me apertou - "Não se preocupe. Está tudo sob controle".
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A Menina Dos Winchester
FanfictionNaquele momento eu soube que não podia ir embora. Não podia simplesmente deixar os dois que me encaravam com uma concentração extrema enquanto o de sobretudo me lançava um olhar inocente e admirado. Eu nunca mais voltaria para casa... Nunca mais con...