Repugnante.
Essa com certeza era a palavra certa para descrever.
Em qualquer tipo de trabalho, especialmente se for durante quase 20 anos de carreira, você acaba esperando que seja possível estar acostumado com todo o tipo de coisa que se vê diariamente - Situações, cenários, conversas... Cheiros.
Mas caramba... Isso não se aplicava a nós. Nunca íamos nos acostumar com nada daquilo já que toda a vez que nos virávamos havia uma coisa ainda mais horrível que a de ontem nos esperando do outro lado da porta.
Deus, como eu odeio bruxas...
A cabana estava caindo aos pedaços em mofo e vermes por toda a parte. A área de trás estava tão acabada que a vegetação já invadia as paredes, o teto e o chão, dando a chance de vários tipos de insetos voarem constantemente entre nós. Em especial baratas, já que o cheiro de podre ali dentro se alastrava por quilômetros.
Meus olhos ardiam.
Meu estômago revirava.
Eu olhava para o chão e não via madeira; via restos de entranhas já presos no lugar por estarem ali a só Deus sabe quanto tempo... E a atmosfera... Era espiritualmente carregada. O lugar estava tão mergulhado em magia negra que eu podia sentir pressão em volta do meu pescoço; podia sentir minha pele queimar e meus joelhos pesarem como se o próprio ar soubesse que eu estava invadindo uma reunião privada.
Mas que se dane, arrombar portas fazia parte do pacote.
Não seria a primeira vez, nem a última.
Ainda que nenhuma das 13 parecesse concordar muito com isso quando eu entrei sem bater e gritei "e aí, vadias" bem no meio do "ritual satânico ou sei lá o que era aquilo" delas.
Havia 5 porcos mortos, pendurados por longas cordas presas ao teto, de cabeça para baixo. Na frente de cada um tinha uma bruxa com um punhal e os braços sujos de sangue até os cotovelos; os orgãos dos bichos caindo pelo chão.
Nada tão bizarro quanto o que eu percebi em seguida.
Havia um sexto porco.
O maior que eu já tinha visto na vida, morto e com uma grande costura que ia do seu pescoço até o fim de seu corpo, deitado no chão, no centro de um desenho feito com folhas, um que eu não conhecia. O resto das bruxas estavam fazendo um círculo de mãos dadas ao redor dele e cantando um hino horroroso.
Assim que invadimos, todas pararam o que estavam fazendo para nos encarar, boquiabertas.
Um silêncio se instalou.
E eu não fazia a mínima ideia do que fazer em seguida... Então soltei num sussurro a primeira coisa que veio na minha mente.
"Nossa, vocês são feias pra caramba".
Sam me lançou um rápido olhar de acusação. Mas eu... Estava hipnotizado; intrigado com o quanto aquelas mulheres eram realmente nojentas e mesmo assim eu não conseguia parar de examinar a cara delas.
Até que imediatamente após meu comentário a porta atrás de nós se fechou sozinha, num baque tão forte que a cabana inteira rangeu.
E na mesma hora o porco gigante no chão começou a se debater - Não ele, especificamente, mas algo dentro dele. Tinha alguma coisa viva e revoltada no seu ventre costurado.
Elas soltaram as mãos umas das outras e desfizeram o círculo assim que se deram conta disso.
Uma das que estavam com um punhal começou a sair do lugar; isso fez eu e meu irmão reagirmos e lançarmos mão de facas também. Pus um pé para trás e tomei posição para esperar seja lá o que fosse que eles estavam intentando fazer.
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A Menina Dos Winchester
FanfictionNaquele momento eu soube que não podia ir embora. Não podia simplesmente deixar os dois que me encaravam com uma concentração extrema enquanto o de sobretudo me lançava um olhar inocente e admirado. Eu nunca mais voltaria para casa... Nunca mais con...