Céu e Inferno

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"Esquilo!" - O canalha gritou de volta na mesma altura que eu, mas com um enorme sorriso de orelha a orelha no rosto enquanto caminhava para ficar bem abaixo da minha cabeça - "Uma pena ter que fazer do modo difícil, mas você precisa reconhecer... Eu te dei a chance de entregá-la sem a necessidade de todo esse teatro... Devia ter me ouvido".

"Eu devia ter te matado isso sim, sua cobra!! Me põe... No chão!".

"Vamos ser profissionais, Dean. É simples. Você se mete no meu caminho... E eu mato todo mundo. São só negócios".

Urrei feito um animal, debatendo-me no ar o máximo que podia para me soltar. Mas era inútil.

Ouvi ele suspirando pesadamente, me assistindo, sem se incomodar em mostrar que dava a mínima para as consequências do que fazia. Pelo contrário, ele apenas tirou os olhos de mim e voltou sua atenção lentamente para o lado... Na direção da Nina, que continuava estática, sem saber o que fazer.

"Crowley, eu juro por Deus..." - Apontei bem para ele e tentei ser o mais claro possível - "Se ferir um fio de cabelo dela eu te enterro vivo, escutou? Qualquer parceria doentia que você achar que temos... Não vai me impedir de cravar minha lâmina no seu estômago no final".

Ignorando-me completamente ele começou a caminhar na direção dela devagar, com as mãos nos bolsos e muita paciência... Enquanto ela apenas o encarava sabendo que correr não ajudaria em nada.

Então assim que eles ficaram frente a frente ele agarrou seu braço com violência, puxando-a para si; ela soltou um gemido de dor.

"Droga, você tá morto Crowley!! Eu vou te matar, solta ela ago...".

"Cala essa boca!!" - Berrou de volta, cortando minha frase - "Não, eu não vou soltá-la e quer saber por quê? Porque a vida é injusta! Num dia você é o rei do inferno e no outro é traído por um bando de macacos com uma bomba e uma câmera, pelo amor de Lúcifer!! Eu... Não vou... Sair de mãos abanando. Não vou ser feito de idiota. Posso tomá-la. Vou tomá-la".

"Você não tinha interesse nenhum nisso, seu porcaria. Disse que a presença do Oráculo era ruim para os negócios, ruim para os demônios... E ela não é o tipo de inimigo que se mantém por perto, sabe disso".

"Você não entende não é?! A única coisa pior do que ter uma coisa dessas falando demais por aí... É não ter a mínima ideia do que ela anda dizendo!" - Assim que terminou de falar ele a empurrou pelo braço, fazendo-a se desequilibrar e cair na terra, sem a menor chance de se defender.

Rosnei descontroladamente.

"Entende o que isso significa, lábios de ouro?! Você trabalha para mim agora!" - Gritou completamente enfurecido, dando-lhe um chute no estômago enquanto ela ainda estava no chão.

Ela rolou sobre as folhas, fazendo uma forte expressão de dor.

"Acha que pode sair por aí derrentendo meus lacaios?!" - Gritou de novo, dando-lhe mais um chute; ela tentava levantar mas não conseguia - "Talvez eu deva te jogar para as serpentes do abismo antes de te pôr uma coleira! Talvez eu deva te esfolar para compensar todo estrago que você fez para só então começar a tortura de verdade!!" - Mais um chute, dessa vez no peito, e então se curvou para assistir ela sufocar e sussurar - "Vai me dar as respostas, entendeu bem? Vai querer me deixar feliz para eu esquecer de toda a merda que me fez passar".

Minha cabeça latejou e meu corpo ficou gelado. Tremi descontroladamente, sentindo como se minha carne estivesse entrando em colapso depois de tanto berrar.

Eu tinha que engolir minha raiva e pensar rápido... Dizer algo, mesmo que fosse gaguejando.

"Certo, certo, tudo bem você venceu!!" - Gritei, sem ter a mínima ideia do que estava falando - "Vamos fazer uma troca, okay? O que quer para deixar ela em paz? Pode dizer, seja lá o que for eu consigo para você, tem a minha palavra!".

A Menina Dos WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora