Rowena

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Entrar foi extremamente fácil com a ajuda de Castiel - Anjos tinham passe livre para quase todos os lugares da terra, inclusive dentro do inferno... Mesmo assim eu nunca achei realmente que esse fosse ser um problema. O que faríamos por detrás das portas é que estava me deixando nervoso a ponto de mal conseguir firmar minha arma; mal conseguir respirar silenciosamente.

Estávamos com uma pressa insanamente descontrolada.

"Torça para Crowley não descobrir sobre eles dois" - Castiel me disse em uma das madrugadas de espera pela conclusão do trabalho de Rowena - "Se ele sequer desconfiar da ligação teremos um problema, Sam".

Só que algo me dizia que perdemos tempo demais.

E o fato de já estarmos percorrendo aquele labirinto de mofo e enxofre há quase uma hora não estava ajudando.

"Para onde agora?" - Sussurrei para Rowena que vinha logo atrás de mim; ela tinha preparado um feitiço simples de rastreamento com uma camisa de Dean. Sabíamos que se o encontrássemos, encontraríamos a Nina também.

"Esquerda"- Ela retrucou de volta, com uma expressão perdida e enojada pelo ambiente ao seu redor, sem perder a pose de madame rica enquanto manipulava uma pequena nuvem de fumaça vermelha nas mãos que indicava o caminho.

Castiel vinha logo atrás dela, irritado por uma sequência de motivos... E o maior deles com certeza era o de estar sendo direcionado por uma bruxa, num lugar que ele odiava, para fazer algo que não devia.

A olhava como se ela fosse um mosquito em sua perna que ele não podia espantar.

Eu sabia que era só questão de tempo até eles esquecerem que no momento estávamos do mesmo lado e começassem a se degladiar de novo, como fizeram em cada um dos dias em que estivemos nos preparando e juntando os ingredientes para a poção.

"Santo Lúcifer, esse lugar é nojento..." - Rowena soltou de repente, pela centésima vez desde que entramos - "Não é lugar apropriado para um rei, não mesmo, que tipo de titica Fergus tem na cabeça?".

"Não sei, mas provavelmente é de família" - Cas respondeu na lata e eu grunhi, sabendo que ela não deixaria barato.

"Minha mãe me dizia que homens desagradáveis demais costumam estar apaixonados demais...".

"Eu não sou um homem. E sua mãe era uma prostituta".

"Isso não vem ao caso, seu... ".

"Rowena!" - Sussurrei o mais alto possível, parando de andar e olhando para trás - "Já chega! Você vai na frente agora, passa".

"Quem você pensa que é para chamar minha atenção? Foi o Anjo que começou!".

"Não interessa, anda logo!" - Disse Castiel colocando a mão em seu braço.

"Não me empurra!".

"Pelo amor de Deus, vocês são insuportáveis..." - Falei alto, colocando-me entre os dois e dando-lhes um sermão como se fossem duas crianças - "Não estamos aqui para isso, perderam a cabeça? Querem que o inferno inteiro saiba....".

No meio da minha frase, levei um susto sem tamanho que me fez perder o ar - Três demônios passaram praticamente correndo pelo corredor da frente, empurrando uma espécie de mesa às pressas. Sem pensar agarrei Rowena e a puxei para trás, cobrindo sua boca com força enquanto eles passavam sem nos perceber... Por um milagre.

Quando eles se foram ela arrancou minhas mãos de si e se esgueirou para a esquina do corredor seguinte, por onde eles se dirigiram, e então deu uma espiada.

"O que foi aquilo?" - Perguntei silenciosamente, encostado contra a parede e segurando minha arma como se o mundo dependesse disso, com esperança de que a clarividência de Rowena nos desse mais uma vantagem agora... Mas para o meu desespero... Ela se virou lentamente e sussurrou:

A Menina Dos WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora