"Ei!! Acorda! Eu não tenho o dia todo!!" - Ouvi alguém berrar bem próximo do meu rosto logo antes de um baque, fazendo meus ouvidos tinirem.
Imediatamente tentei abrir meus olhos e me esquivar, mas não consegui me mover um centímetro sequer diante da dor de cabeça explosiva que me atingiu assim que acordei; sentia como se todos os ossos do meu corpo estivessem a ponto de se esmiuçar. Concentrei-me no meu corpo e tudo o que eu podia perceber era a sensação de um líquido quente escorrendo da minha testa até os meus ombros - Eu estava sangrando muito, e mesmo assim sabia que aquilo era só o começo.
Fiz uma careta de dor aguda; fiquei extremamente ofegante; mas não me mexi.
"Olá?! Tem alguém aí?!" - Ele gritou do lado do meu ouvido de novo, tão perto que eu podia sentir sua respiração. Por isso lutei para expressar alguma reação; lutei para abrir os olhos mas não conseguia, se não por fraqueza, por medo extremo.
"Acho que você bateu nela com força demais" - Alguém comentou soltando risadas fracas, fazendo-me sentir como se eu estivesse sendo a atração de algum showzinho particular.
Em resposta senti alguém agarrando meu queixo com violência e levantando minha cabeça - A próxima coisa de que me dei conta foi de um som alto e uma ardência que apareceu de um segundo para o outro, queimando todo o lado esquerdo do meu rosto e fazendo minha cabeça girar com toda a força para o lado.
Levei um tapa.
A dor foi tão excruciante e rápida que instintivamente precisei abrir os olhos - Não enxergava nada nitidamente; e demorei para me dar conta de que era porque eu estava chorando.
Olhei em volta, assustada, só então me dando conta do que tinha acontecido da última vez que ouvi aquela voz. Fomos cercados; os meninos foram pegos; alguém me acertou - Rapidamente as peças começaram a se encaixar; rápido demais para eu suportar. Levou só um segundo e eu já estava em pânico, desesperada, completamente apavorada e sem conseguir respirar normalmente.
Concentrei meus olhos - Me forcei a prestar atenção no presente antes que eu entrasse em colapso. Só então realmente os vi.
Bem na minha frente e ao meu redor, me encarando.
Homens enormes, de expressões ameaçadoras, espalhados por todo canto - Nas escadas para a saída, apoiados nas estantes de livros, sentados sobre as mesas... Em toda a parte; olhando-me como se eu fosse uma criança sob seu poder.
Há um metro e meio de mim estavam Dean e Sam, sentados em cadeiras e completamente amarrados; ainda inconscientes.
Só então percebi que eu estava no mesmo estado que os dois - Tentei mexer meus braços e pernas com o pouco de força que me restava e não obtive resultado; eu estava contida; em submissão; acordando para encarar uma situação de merda tudo de novo.
Mas dessa vez os sequestradores não seriam tão controversos - O desejo violento deles estava escrito na testa de cada um.
"Nina" - Alguém me chamou de repente, com a voz firme e convicta, como se estivesse falando com um cão - Era o cara do rifle; o que me desmaiou; e com certeza o mesmo que também tinha gritado na minha cara e me dado um tapa.
Encarei-o com concentração, respondendo-o instintivamente e me sentindo uma idiota por isso.
"Meu nome é Ron... Seu novo dono a partir de agora" - Disse soltando um sorriso sutil e cruzando os braços há alguns passos de mim - "Muito prazer em finalmente conhecê-la".
Olhei para ele, querendo perguntar o que estava acontecendo e quem eles eram. Mas algo me dizia que não valeria a pena; ou talvez fosse só o tremendo cansaço que me atingia de toda aquela situação; cansaço de lidar com pessoas que achavam ter algum controle sobre mim e que podiam me forçar a qualquer coisa - Eu não entraria por esse caminho de novo; não deixaria eles entrarem na minha pele.
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A Menina Dos Winchester
FanfictionNaquele momento eu soube que não podia ir embora. Não podia simplesmente deixar os dois que me encaravam com uma concentração extrema enquanto o de sobretudo me lançava um olhar inocente e admirado. Eu nunca mais voltaria para casa... Nunca mais con...