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Eu sempre soube que ela seria um problema; um problema dos grandes com direito a caos completo, do jeito que eu gosto.

Mas quando percebi que a tal parte do pacote que se refere ao caos estava batendo na nossa porta, tentando invadir a minha casa... Querendo tocar em uma das únicas coisas que eu preferiria morrer a permitir... De alguma forma eu ainda assim estremeci.

Não sei se por raiva, ou pela simples excitação que o desafio me traria.

De qualquer forma eu aceitei a situação e já estava pronto para lidar com ela - Assim que Sam a tirou da minha vista eu saí da cozinha, e fui em direção ao meu quarto.

A faca da Ruby estava em cima da minha cama.

Assim que a peguei a girei no ar e a guardei no cinto, tentando ignorar o fato de que quem, ou o que estava lá fora já estava impaciente e fazendo um escândalo no portão.

Só havia duas possibilidades - Só duas criaturas sabiam da nossa localização e pelo jeito que a Marca ardia eu já sabia que não era o Castiel.

E tudo bem. Eu estava pronto. Estava disposto a usar a faca em quem quer que fosse.

Para isso eu fui escolhido.

E ter esse fato em mente tornava tudo tão fácil quanto respirar; tão simples que eu já sabia o resultado daquilo antes mesmo de começar:

Ninguém entra, ninguém sai.

Caminhei firmemente, com a arma na mão, dedo no gatilho e balas abençoadas na roleta; tomando o meu tempo, sem pressa alguma de sujar minhas mãos.

Até que cheguei no topo.

Tomei a tranca na mão e a girei respirando fundo - Empurrei a porta e dei um passo a frente, travando meus pés no chão e bloqueando o caminho.

Ergui o olhar e o vi; mãos nos bolsos, vestido de preto, e com a mesma cara de babaca de sempre.

Minhas suspeitas estavam certas.

"Esquilo!" - Ele exclamou em exagero com aquele sotaque britânico que eu detestava.

"Crowley..." - Abaixei a arma, mas a deixei ao lado do meu corpo, bem a vista - "O que você quer?".

"O que eu... É assim que você trata suas visitas?" - Disse franzindo a testa.

"É assim que trato parasitas" - Respondi em alto e bom som, lembrando da última vez que ele me passou a perna.

"Não seja rancoroso Dean. Passei por um inferno para chegar aqui. Literalmente. O mínimo que pode fazer é me convidar para um chá".

Travei a mandíbula.

"Sabe o que é? Dia de faxina. É, está tudo uma bagunça aqui, Sam está usando aquelas tocas coloridas no cabelo... Ele ia odiar se você o visse assim" - Soltei com ironia, sem conseguir disfarçar o repúdio no meu rosto.

"Tenho certeza de que Samantha não vai se importar" - Ao terminar de falar ele deu um passo a frente, como quem queria passar adiante e entrar no bunker. Mesmo sabendo que ele não conseguiria passar pelas proteções eu fiz questão de demonstrar que não o queria ali - Dei um passo para o lado e me coloquei em seu caminho.

Ele arqueou as sobrancelhas e parou.

"Certo. Direto ao assunto então" - Murmurou.

Não respondi.

"Meus negócios têm dado muito certo ultimamente. O inferno está funcionando como nunca... Achei que vocês dois tivessem morrido".

"Se estivéssemos mortos não precisaria ter saído do inferno para nos achar" - Respondi entre dentes - "Nós só... Tiramos umas férias".

A Menina Dos WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora