#1 - Melhor ranking alcançado em aventura.
E se Peter decidisse crescer e tivesse tido uma filha com Wendy? Essa é a história de Emily Pan, a filha do casal mais inesperado dos contos de fadas...
O que pode mudar numa terra em que o tempo parece...
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Emily
Meu pai de fato viajara quando anoiteceu. Despediu-se de mim e de minha mãe um tanto chorosa, partindo levando apenas uma mala consigo. Meu tio veio buscar as gêmeas logo depois e eu fiquei com a minha mãe, agora seríamos somente eu e ela por longos dias ou quem sabe meses. Esperava do fundo do meu coração que não demorasse tanto tempo assim. Mas o natal passara, o ano novo também e estava quase chegando perto do meu aniversário e nada dele voltar. Passamos as comemorações de fim de ano todas na casa da vovó e do vovô, Henrique também fora convidado para passar com a gente, mas ele disse que preferia passar em casa. Foi melhor assim, pelo menos tive paz e sossego nos dias que passei com meus avós durante a folga de fim de ano.
As aulas retornaram logo na primeira semana de janeiro, o inverno continuava severo e muitas das aulas foram canceladas, pois era praticamente impossível sair de casa durante alguns dias. Mamãe ficava sempre olhando para a porta da sala durante o jantar, esperando pelo meu pai, mas nada dele voltar e nem mesmo uma carta. Dias foram passando e o clima começava a esquentar, as árvores se renovaram com novas folhas e o gelo se dissipara totalmente da região.
Quando as flores começaram a preencher toda a cidade de Londres e os pássaros começaram a construir seus ninhos já tinham se passado meses desde que meu pai saíra e meu aniversário tinha enfim chegado. A comemoração foi bem simples, chamei Elizabeth, Merida e meus primos para passarem o dia comigo na minha casa, mamãe e vovó preparam vários quitutes e um bolo de chocolate maravilhoso para comermos no lanche. Depois de cantarem o parabéns, fizemos algumas brincadeiras e quando anoiteceu, meus primos foram embora e Eliza e Merida dormiram comigo na casa da árvore.
Eu finalmente tinha feito os meus tão esperados quinze anos e desejei que fosse o melhor ano de todos, mal sabia eu o que me aguardava no futuro, seria definitivamente a idade mais marcante da minha vida, pois aos quinze descobri que outro mundo existia e que crescer pode não ser o mar de rosas que eu pensava que fosse.
*
Março passou como um relâmpago de tão rápido que foi e logo abril chegara prometendo grandes emoções, os jogos nunca estiveram tão perto e depois logo seria o baile e eu passara a treinar ainda mais assiduamente, dando o máximo que eu podia de mim. Graças a Deus já tinha me livrado da detenção e logo chegara a semana de abertura dos jogos.
Os alunos se agitavam por toda a escola durante o festival de abertura. Despedi da minha mãe e fui até o pátio onde a maioria dos estudantes estavam. De início não consegui avistar ninguém que eu conhecesse, me senti um pouco perdida com tamanha folia. Alguns alunos do último ano usavam cornetas, apitos e outros apetrechos para aumentar a algazarra. As meninas do primeiro até o último ano agitavam pompons e cantavam hinos ou gritos de guerra de cada turma.
Logo me dirigi ao grupo de meninos para ver se ainda tinha algum apito sobrando, pois eu é que não iria ficar sacodindo um bando de pluma que não fazia um barulho se quer. A minha garganta ainda não andava lá essas coisas, não iria a abusar.
