#1 - Melhor ranking alcançado em aventura.
E se Peter decidisse crescer e tivesse tido uma filha com Wendy? Essa é a história de Emily Pan, a filha do casal mais inesperado dos contos de fadas...
O que pode mudar numa terra em que o tempo parece...
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Emily
— Emily, levanta! — dizia alguém que me sacodia.
— Filha, abra os olhos! —Era a minha mãe.
Abri meus olhos um tanto lacrimejados e vi minha mãe debruçada sobre mim.
— Você não morreu? — perguntei ainda perplexa.
— Acabei de chegar aqui e te encontrei jogada no chão com uma mulher. Eu que pensei que você tinha morrido! — falou quase chorando.— Os policiais já estão vindo, me disseram para não ficarmos na rua por enquanto. Nós temos que sair daqui agora. Levanta, Emily!
Só Deus sabe o alívio que senti quando vi que havia cometido um engano por puro desespero. Acho que depois de tudo o que tinha acontecido nesse dia o meu psicológico não estava mais discernindo meus sentimentos e nem meu cérebro processando meus pensamentos direito.
— E a mulher? Ela precisa de ajuda, mãe!
— Eles já estão à caminho, querida, nós temos que correr.
Andamos por uns cem metros até chegarmos ao carro. Entrei e desabei no banco da frente enquanto mamãe dava partida no veículo. O carro demorou um pouco a pegar, aproveitei para perguntar:
— E a Elena? E o resto dos alunos? Não podemos deixar eles ai.
— Filha, você não é uma super heroína. Deixa isso com os policiais. Eles já estão providenciando todas as medidas necessárias. Inclusive o socorro da mulher e toda a proteção da escola. Mas segundo o policial que encontrei, ele afirmou que já não tinha mais perigo, que os bandidos fugiram para o outro lado da cidade e que os jogos da escola ainda faltam um pouco para terminar. Como eu sabia que o seu terminaria mais cedo, vim logo te buscar e me deparei com você debruçada sobre a mulher. Você está mesmo bem? — disse minha mãe sem nem parar para respirar enquanto despejava tudo em mim.
— Não, não estou nada bem. Minhas pernas, meus braços estão todos doloridos e o cansaço está cada vez pior.
— Não me refiro a isso, meu bem, e sim sobre o que você viu... O que você estava fazendo fora da escola?
Mas eu não estava mais prestando atenção em nada do que minha mãe dizia. Tudo o que eu conseguia pensar era na mulher jazida ali na calçada, sem nenhuma pessoa querida por perto para que ela pudesse se despedir. Sozinha até na hora da morte.
— Emily! Você está me ouvindo?
Sangue!
Sangue jorrava lentamente do orifício onde ela fora atingida e uma poça se formou ao redor dela. Seu vestido antes azul estava manchado de rubro. O cheiro de ferroso do sangue impregnara minhas narinas.
— Emily!!! Você parece que vai desmaiar! Vou te levar ao hospital, fica calma. Não pare de respirar.
Não consegui lembrar de nada do que tinha acontecido depois que chegamos no hospital. Lembro apenas de ser carregada por enfermeiros e ser colocada numa maca. Quando acordei já estava em casa, com a cabeça pesada de remédios e minha mãe chamando para almoçar.
