#1 - Melhor ranking alcançado em aventura.
E se Peter decidisse crescer e tivesse tido uma filha com Wendy? Essa é a história de Emily Pan, a filha do casal mais inesperado dos contos de fadas...
O que pode mudar numa terra em que o tempo parece...
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Emily
Os dias estavam passando rápidos demais. Apesar da abertura dos jogos olímpicos da Western High acontecer no outro ano, eu passei a treinar ainda mais. A abertura costumava ser apenas uma celebração no qual as turmas se juntavam para fazer algazarra em toda a escola e também para estimular os competidores. Todos os alunos são obrigados a participarem de alguma atividade ou competição. E quando o aluno não levava muito jeito para o esporte, existiam algumas outras opções para competir, por exemplo: soletrar, pintura, xadrez, matemática entre outros. Resumindo, era uma semana bem agitada e pessoas de outras escolas, às vezes, se voluntariaram para ajudar na organização em troca de horas extracurriculares.
Desde o dia em que eu e Henrique combinamos de treinar e nos candidatarmos juntos ao rei e rainha do baile, nós quase não nos desgrudávamos mais. Era treino para lá, detenção para cá e comissão, todos os dias. Confesso que andava mais exausta do que nunca com toda a correria, mas estava mais feliz do que há tempos eu não ficava desde o sumiço da minha melhor amiga Violet.
Minha prima às vezes treinava esgrima e hipismo com a gente. Eram as duas únicas provas em que eu e ela nos encontraríamos nas olimpíadas. No começo eu tinha quase certeza que ela ia treinar somente para vigiar eu e o Henrique. Depois que ela começou a perceber que nós dois estávamos extremamente focados na competição, então ela passou a não aparecer mais para os treinos.
Henrique estava cada vez mais distante e cada vez mais frio comigo. Eu quase não ouvia mais uma piada dele ultimamente. Nos cumprimentávamos na detenção e íamos juntos para o salão de treino ou para a quadra e o máximo que trocamos eram algumas fofocas ou conselhos sobre o treino. E eu não conseguia entender o motivo de sua frieza, tinha por mim, que estava relacionado a algo que conversamos naquele dia atrás da arquibancada, mas não exatamente qual parte da conversa. Os únicos momentos que ele se deixava transparecer algo era durante os comícios em que tínhamos que ter o máximo de carisma para conseguir os votos da galera.
Às vezes o pegava olhando para mim demoradamente durante algum golpe de esgrima e foi o que o fez perder várias rodadas. Esperava que no dia, nós dois não nos topássemos em alguma rodada da competição, pois eu não estava disposta a ganhar assim tão facilmente e muito menos vê-lo desanimado por isso.
Depois da aula, almocei com Eliza e Merida, nós estávamos cada vez mais próximas desde que começamos a organizar o baile juntas. As auxiliei a decidirem os últimos detalhes que precisava acertar e fui direto para a detenção. Foi o mesmo de todos os dias, sentávamos calados e imóveis por uma hora até que o professor nos liberasse. Meio que já estava me acostumando, estava tentando inventar uma técnica de dormir sentada e de olho aberto, mas o professor sempre me pegava cochilando sobre a carteira me fazendo ficar cinco minutos a mais que os meninos.
Quando saí da detenção, cinco minutos depois, vi uma cena inesperada. Talvez nem tanto inesperada assim, porém, achei deveras estranha. Elena estava no corredor em frente aos armários com os dedos entrelaçados nos de Henrique, os dois conversavam muito próximos um do outro e isso me fez criar várias suspeitas na minha mente. Quando me aproximei, minha prima tentou disfarçar e abriu o armário para guardar um livro da escola, fechou e deu um beijo no rosto do Henrique, saindo sem olhar para trás. Foi quando Henrique se virou para mim e disse:
