Capítulo 4 - Só Mais Um Dia Daqueles

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Emily

Aí, minha cabeça!

A dor latejava.

Acordei deitada em minha cama, com minha mãe roncando baixo ao meu lado.

Ai de mim se ela souber que contei a vocês que ela ronca!

Tentei me levantar, mas fui pega de surpresa pela vertigem que senti, meu estômago embrulhou de enjoo devido à tontura repentina.

Mas o que havia acontecido?

Mamãe acordou assim que me deitei novamente. Olhou devagar, enrugando a testa para mim, viu minha expressão de náusea e perguntou:

— O que foi filha? Está tudo bem? — indagou enrugando a testa.

— Não mãe, não está. Acordei com dor de cabeça e quando tentei levantar me senti mal.

— Calma, meu bem. Você sofreu uma pancada forte ontem a noite — disse sentando na beirada da cama acariciando minhas bochechas.

— Como assim? — perguntei como sempre, sem entender nada do que acontecia e dos comportamentos estranhos que meus pais tinham em certas ocasiões. Mamãe parecia preocupada, contudo, esforçava para disfarçar. Mas eu a conhecia como ninguém.

— Tem certeza que você não se lembra de nada?

— Me lembrar do quê? Você está me assustando, mãe.

— Eu e seu pai batemos na sua porta depois do jantar e você não abriu. Mais tarde viemos ver se você estava bem, mas levamos um susto quando nós a encontramos jogada no chão perto da cômoda. Você não acordava de jeito nenhum, então seu pai chamou um médico.

— E ele disse que você sofreu uma lesão próximo à nuca, provavelmente devido a uma pancada — continuou papai ao entrar pela porta do meu quarto.

— Você não tem mesmo ideia do que pode ter acontecido? — perguntou minha mãe com o semblante apreensivo.

— Às vezes caí e bati a cabeça, talvez não seja nada de mais. Por que todo esse alarde?

— Porque ficamos realmente preocupados com você, querida — respondeu meu pai. — Eu e sua mãe já estamos indo para o trabalho, é melhor você não ir para a aula hoje. Fique e descanse. Vou pedir a sua tia Margaret para ficar contigo hoje.

Era só o que me faltava, ser tratada igual uma criancinha e ter que matar aula, justo naquele dia.

— E a detenção? — questionei sem saber se me sentia aliviada ou angustiada por ter que prorrogar ainda mais este castigo.

— Não se preocupe, vou passar na escola para avisar que você está indisposta hoje — respondeu papai.

— Estou bem pai, não acho necessário ficar aqui em casa sem fazer nada o dia todo.

Ele se despediu com um beijo na minha testa, seguiu até mamãe e cochichou algo com ela. Pelo visto não queria mesmo que eu ouvisse, pois mamãe me deu uma piscadela e seguiu com ele até a cozinha. Me joguei novamente no travesseiro tentando dormir mais um pouco, já que eu não iria mesmo para a escola. Meus pensamentos estavam perturbadores, imagens do dia anterior se repetiam e repetiam e uma raiva surgia quando eu me lembrava da professora, da detenção, do que o Henrique havia feito comigo, assim não tinha mesmo como relaxar.

Levantei, tomei um banho e desci para o café da manhã, onde tia Margaret me aguardava:

— Oi querida, está melhor? — Apesar de detestar que ficassem perguntando se eu estava bem a todo momento, eu gostava de toda a atenção que estava recebendo.

Emily Pan🌟 #1 - De Volta à Terra do Nunca ☄️ COMPLETO < (1° FASE da Série)Onde histórias criam vida. Descubra agora