#1 - Melhor ranking alcançado em aventura.
E se Peter decidisse crescer e tivesse tido uma filha com Wendy? Essa é a história de Emily Pan, a filha do casal mais inesperado dos contos de fadas...
O que pode mudar numa terra em que o tempo parece...
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Emily
— Jasper? Quem é Jasper?... Acho que você está delirando... O que fizeram contigo, princesa?... Você é tão linda, mais do que eu imaginava... — dizia uma voz baixa e masculina que eu desconhecia.
Senti minha cabeça dar voltas. A pancada que levei aquele dia no meu quarto sarou há alguns meses, mas por alguma razão voltou a doer como se quisesse me avisar alguma coisa. Movimentei as pálpebras para tentar enxergar novamente, entretanto, tudo não passava de breu. Meus ouvidos começaram a chiar como se fossem chaleiras com água fervendo. Eu parecia dopada.
— Respira, respira... — recomendava a voz que eu não conseguia reconhecer.
Senti meu corpo se aconchegar em um gramado com uma sensação maravilhosa percorrendo minha pele, era como se a gravidade não existisse mais. Um formigamento se espalhou pelo meu rosto e pelos meus braços, me tirando toda a dor de ter batido a cabeça em algum momento durante a briga. Era tamanha a confusão e gente gritando que vi que Elena perdeu o equilíbrio antes que eu caísse no chão e ela viesse para cima de mim.
Naquele momento, eu não queria pensar em mais nada. Queria apenas sentir aquele formigamento sob a minha pele e o estado de leveza que algo me proporcionava. Fechei meus olhos e concentrei na sensação, até que adormeci.
*
Filetes de luz saíram da janela quando acordei. O sol estava se pondo, dava para sentir o ar resfriar na medida que o sol se despedia.
Olhei a minha volta me sentindo perdida, tentando situar que lugar era aquele onde eu estava. Parecia que eu tinha tomado um anestésico. Alguém entrou no quarto de fininho e dava para ouvir tilintar da xícara sacudindo sobre o pires. Era minha mãe e ela tremia.
— O que aconteceu? — perguntei rouca.
— Shiuu! Não se esforce, filha — disse colocando a xícara sobre a mesinha de cabeceira.
— Mamãe, como vim parar aqui? A última coisa que me lembro foi da...
— Eu já estou sabendo de tudo querida — interrompeu. — Tome esse chá que fiz para você, é um dos seus preferidos, camomila com mel.
— Mãe! Como é possível eu ter adormecido por tanto tempo a ponto de já estar em casa e não ter percebido nada?
Tomei o chá a contragosto para que ela não insistisse e contasse logo o que aconteceu. Quase engasguei de tanta pressa e curiosidade. Mamãe riu de mim e começou a falar o que havia acontecido.
Segundo ela, foi avisada no seu trabalho que desapareci. Ela mais que depressa saiu em disparada para a escola. Quando chegou no colégio o lugar parecia o inferno. Tinha gente chorando para um lado, outros festando para outro e um tumulto. Minha mãe contou que ela correu desesperada até a porta se desviando da penca de alunos que bloqueavam o seu caminho.