Capítulo 19 - Que os Jogos Comecem

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Emily

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Emily

— Jasper? Quem é Jasper?... Acho que você está delirando... O que fizeram contigo, princesa?... Você é tão linda, mais do que eu imaginava... — dizia uma voz baixa e masculina que eu desconhecia.

Senti minha cabeça dar voltas. A pancada que levei aquele dia no meu quarto sarou há alguns meses, mas por alguma razão voltou a doer como se quisesse me avisar alguma coisa. Movimentei as pálpebras para tentar enxergar novamente, entretanto, tudo não passava de breu. Meus ouvidos começaram a chiar como se fossem chaleiras com água fervendo. Eu parecia dopada.

— Respira, respira... — recomendava a voz que eu não conseguia reconhecer.

Senti meu corpo se aconchegar em um gramado com uma sensação maravilhosa percorrendo minha pele, era como se a gravidade não existisse mais. Um formigamento se espalhou pelo meu rosto e pelos meus braços, me tirando toda a dor de ter batido a cabeça em algum momento durante a briga. Era tamanha a confusão e gente gritando que vi que Elena perdeu o equilíbrio antes que eu caísse no chão e ela viesse para cima de mim.

Naquele momento, eu não queria pensar em mais nada. Queria apenas sentir aquele formigamento sob a minha pele e o estado de leveza que algo me proporcionava. Fechei meus olhos e concentrei na sensação, até que adormeci.

*

Filetes de luz saíram da janela quando acordei. O sol estava se pondo, dava para sentir o ar resfriar na medida que o sol se despedia.

Olhei a minha volta me sentindo perdida, tentando situar que lugar era aquele onde eu estava. Parecia que eu tinha tomado um anestésico. Alguém entrou no quarto de fininho e dava para ouvir tilintar da xícara sacudindo sobre o pires. Era minha mãe e ela tremia.

— O que aconteceu? — perguntei rouca.

— Shiuu! Não se esforce, filha — disse colocando a xícara sobre a mesinha de cabeceira.

— Mamãe, como vim parar aqui? A última coisa que me lembro foi da...

— Eu já estou sabendo de tudo querida — interrompeu. — Tome esse chá que fiz para você, é um dos seus preferidos, camomila com mel.

— Mãe! Como é possível eu ter adormecido por tanto tempo a ponto de já estar em casa e não ter percebido nada?

Tomei o chá a contragosto para que ela não insistisse e contasse logo o que aconteceu. Quase engasguei de tanta pressa e curiosidade. Mamãe riu de mim e começou a falar o que havia acontecido.

Segundo ela, foi avisada no seu trabalho que desapareci. Ela mais que depressa saiu em disparada para a escola. Quando chegou no colégio o lugar parecia o inferno. Tinha gente chorando para um lado, outros festando para outro e um tumulto. Minha mãe contou que ela correu desesperada até a porta se desviando da penca de alunos que bloqueavam o seu caminho.

Emily Pan🌟 #1 - De Volta à Terra do Nunca ☄️ COMPLETO < (1° FASE da Série)Onde histórias criam vida. Descubra agora