CAP3 - Não é, pequeno príncipe?

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Las vegas
19 de setembro, 01:20am

Atravessei o corredor rapidamente, passando por pessoas e mais pessoas, sem nem me dar o trabalho de desviar. Eu tinha pressa, precisava impedir aquela partida, se não poderia acabar perdendo tudo que tinha naquela noite.

Apertei o botão do elevador, mas os ponteiros demoravam um século para mudar de um dar para o outro. E se não fosse pelo fato de ser trinta andares, eu subiria de escada.

Finalmente a porta se abriu, e quando eu passei para dentro do luxuoso quadrado, vi uma figura negra entrar também.

-Qual o andar? – perguntou o garoto sorridente. No segundo que percebi que o amigo de Suga, estava no mesmo elevador que eu, a poucos minutos da grande aposta, entendi que aquilo era uma armadilha para não me deixar chegar a tempo.

Tentei sair do elevador, mas antes que eu pudesse dar o primeiro passo, ele apertou o botão que acionava a trava de segurança. E eu já tinha passado pelos treinamentos dos bombeiros no cassino, sabia que quando aquele botão era acionado, era preciso de exatos 8 minutos para liberar a porta outra vez. O garoto tinha garantido minha ausência naquela partida.

-Então esse é o tipo de jogo de vocês?- perguntei olhando para ele, com uma ruga entre as sobrancelhas.

Ele colocou as mãos nos bolsos, depois se escorou a parede de forma relaxada. Estava gostando de ver a indignação estampada no meu rosto, e confesso que por alguns segundo quase entrei em pânico.

- Não, esse é o tipo de jogo que você não deve olhar.- disse ele com um sorriso convencido.- Deixa os adultos jogarem querida, você mesmo disse que não queria mais essa vida. Não é mesmo, Destiny?- disse ele despreocupado.

Ele sabia quem eu era, e eu não precisava me explicar para aquele estranho. Andei até ele, parando bem perto do seu corpo. Ele tinha as bochechas proeminentes, e quando agia daquela forma parecia assumir feições de uma pessoa diferente de quando ria. Ele ficou me encarando sem se mover, mordendo o lábio de forma provocativa.
De uma coisa eu tinha certeza, ele ficava sexy naquela posição.

-Não fica com esse sorriso presunçoso no rosto, com apenas uma partida, eu acabo com a história de vocês em Las Vegas.- disse entre dentes.

Ele tirou o peso do corpo que estava contra a parede e me olhou de cima, o garoto sorriso era maior que eu, consequentemente mais intimidador, mas aquilo não me assustava, eram poucas as coisas na vida que me causavam medo. Ele se aproximou de mim e depois ergueu meu rosto na direção do seu com o indicador. Ele estava sério, mas eu podia ver o fogo que ardia no fundo do seu olhar.
Como pude ter me enganado tanto com alguém? Quando eu o conheci, tinha quase certeza da pessoa que ele era, mas naquele segundo ele estava me confundindo, agindo de uma forma completamente inesperada para mim. Talvez ele pertencesse bem mais aquele mundo do que eu imaginava.

-Calma docinho, acabamos de chegar.- o dedo dele subiu pelo meu queixo, contornando meus lábios com eficiência, enquanto ele me analisava completamente inexpressiva ao ouvir que o elevador enfim subia. Eu era bem maior do que aquilo, ele teria que ter truques muito bons se quisesse mesmo me surpreender.

- Apelando? Sério isso?- sorri, depois espalmei as mãos no seu peito e o empurrei com força contra a parede do elevador. Olhando para ele com determinação, que parecia estar gostando de cada gesto meu, ainda que eu o tenha pego de surpresa, eu dei o meu último aviso. – Não queira brincar comigo, porque nessa brincadeira eu sou profissional.

Então a porta se abriu, revelando três pessoas a nos observar. Eu ainda pressionava o garoto sorridente contra a parede, sem qualquer tipo de pudor. Me afastei dele, depois ajeitei meu vestido e segui meu caminho. Não adiantava mais correr, eu já tinha perdido aquela partida. Caminhei pelo corredor com o coração não mão, torcendo para que a minha mãe não estivesse errada, e que a sua sorte não tivesse acabado.

1- ALL INWhere stories live. Discover now