CAP45- Até que eu pare de respirar serei sua

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Tokyo
Teikoku Hotel
30 de setembro, 10:33pm

Suga cozinhou para mim, depois que eu tomei um banho demorado e relaxante. Ele tinha pago ao manobrista para que ele colocasse nossas malas no carro que nos levou aquele hotel, de modo que eu tinha tudo que precisava ali. Ainda sim, optei por uma camisa dele quando sai do banho. Parecia mais confortável.

Eu nunca fui o tipo de garota que fantasia com momentos como aquele, mas assim que sai enrolada na toalha e encarei a única cama que havia naquela cobertura, me senti apreensiva ao olhar para ela. Os lençóis eram macios, o dossel que pendia das colunas que haviam nos quatro cantos da cama, davam um ar romântico ao clima sofisticado de lençóis de seda.

Volto a dizer, que tudo era diferente.

Sai do quarto com os cabelos ainda molhados, e uma camisa que caia sobre o meu corpo de maneira desajustada. Estava confortável nas minhas roupas bagunçadas, mesmo que estivesse usando uma calça jeans justa.

Suga estava de costas quando eu entrei na cozinha, cantarolava uma musica melancólica, enquanto mexia a colher na panela. Ele não me viu chegar, então fiquei em silencio ouvindo sua voz. E as palavras que saiam da sua boca, pareciam tão o oposto do que sempre imaginei que ele gostasse de ouvir. Um pano branco estava pendurado sobre o seu ombro esquerdo, e assim que ele virou na minha direção e me pegou o encarando, vi um sorriso doce tomar conta dos seus lábios.

E não era qualquer sorriso, era aquele sorriso que eu tanto gostava.

-Essa camisa é minha?- perguntou ele achando graça.

Olhei para baixo, analisando o tecido enorme, que caia sobre meu corpo.

-Espero que sim, não ia gostar de usar a roupa de um hospede bagunceiro.- sorri, voltando meu olhar ao seu, que me encarava com admiração.

Ele nos serviu a melhor carne que eu já comi na vida, assim como um vinho que já estava me fazendo rir mais do que o necessário. Suga me contou sobre sua infância, do amor que ele sentia pela mãe e pelo irmão, e como era difícil pra ele conviver com alguém como seu pai.

Eu nunca tinha visto aquela versão dele, ou melhor, quem sabe só não lembrasse com nitidez. Talvez o garoto que correu de mãos dadas comigo pelo cassino, fosse o lado interior de Min Yoongi, e não o seu inconsciente criado pela bebida e as drogas.

Perdi a noção das horas contando pra ele sobre meu passado, sobre meus medos e maiores sonhos, enquanto ele ouvia tudo atentamente, como se fosse realmente importante absorver tudo que dizia. Seus olhos estavam atentos, e seu sorriso apareceu mais vezes do que eu era capaz de suportar. Naquela noite soube que ele era mesmo um príncipe, ainda que pequeno, já que mesmo parecendo um homem ele agia como um garoto.

Tudo ia bem, não existia tensão entre nós pela primeira vez, até que apagamos as luzes da cozinha e percebemos que estava na hora de dormir. Eu não fazia ideia de que horas eram, nem de onde precisamente estava, mas naquele momento pensei em sair correndo pela rua, de tão nervosa que estava.

E Suga percebeu a aflição no meu olhar, porque segurou minha mão por tempo suficiente para me fazer ficar calma. Ele me conduziu pelo corredor que levava ao quarto, depois me deu espaço para que eu colocasse algo melhor para dormir. A todo momento que tirava as roupas, meu coração martelava contra meu peito, como se eu pudesse enfartar a qualquer momento.

Ele estava de costas para mim, sentado na cama relaxado, e antes que eu pudesse perceber ele levantou e tirou as calças, exibindo uma bermuda samba canção por baixo.

Fiquei imóvel quando vi sua figura na penumbra daquele quarto. De repente não existia mais nada além de um desejo que me consumia, à medida que eu imaginava minhas mãos delineando as curvas do seu corpo, ou a sua pele branca.

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