CAP15 - Seu maior ponto fraco

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Las Vegas
Em alguma hora do dia


Meus olhos arderam antes que eu tivesse coragem de abri-los. Minha cabeça parecia prestes a explodir, o que me fez levar as mãos imediatamente as minhas têmporas e pressioná-las. Pisquei algumas vezes, antes de enfim conseguir enxergar nitidamente.

A primeira coisa que reconheci foi o painel da minha Mercedes, até mesmo o cheiro era familiar. Eu não estava sentada atrás do volante, como de costume. Ocupava o banco ao lado, o que nem me lembrava um dia ter feito.

Olhei para o lado, para tentar entender o que estava acontecendo, e foi então que encontrei Suga dormindo. O peito dele subia e descia com naturalidade, em uma respiração tranquila e profunda. Daquele jeito ele parecia um anjo, e não pude evitar ser atraída pela sua beleza ingênua.

Ele se tornava outra pessoa quando estava daquele jeito, alguém que eu não me importaria de ficar admirando. Ele vestia roupas pretas, e a camisa estava com parte presa dentro da calça, outra solta e amassada. Os cabelos grudados à testa, como se ele tivesse suado muito.
Examinei cada detalhe dele, sem mover o corpo nem um centímetro. Não queria perder aquele momento. Seu rosto era oval, a pele extremamente branca, os lábios levemente mais cheios na parte de cima, o nariz perfeitamente bem desenhado e centrado, os olhos esticados, todos os seus detalhes eram perfeitos, mas a posição do seu rosto lateralizada e a argola que pendia da sua orelha lhe davam um ar terrivelmente encantador, que me hipnotizou por mais tempo do que pude contar.

Um gemido me fez despertar, dos encantos em que Suga me prendia. O ruído vinha do banco traseiro, e só quando olhei pelo espelho retrovisor foi que percebi que não estávamos sozinhos no carro. Jungkook, Jhope e Jimin estavam amontoados no banco estreito para dois passageiros. Eles estavam em um sono tão profundo quanto o Coreano ao meu lado, assim como bem vestidos.

Uma ruga se instalou entre as minhas sobrancelhas, em uma expressão clara de quem não estava entendendo nada. Então meus olhos caíram até meu próprio corpo, onde encontrei uma camisa enorme me cobrindo, por cima do meu vestido preto favorito.

Analisei a roupa que vestia, depois aproximei o tecido do nariz, e o aroma que preencheu meu ar era terrivelmente conhecido. Era o perfume de Suga.

Imediatamente meus olhos se arregalaram, assim como o meu corpo se projetou para frente com rapidez. Examinei o lugar que nos abrigava, e não demorou muito para que eu reconhecesse o estacionamento VIP do cassino.

Mas o que estávamos fazendo ali? E por que eu estava com aqueles caras?

Forcei minha mente a pensar, mas quanto mais fazia aquilo, mais sentia minha cabeça latejar, me obrigando a escorá-la no escoro do carro outra vez.

Fechei os olhos com força, e quando os reabri me deparei com a imagem de Jhope, que estava sentado no meio, no espelho retrovisor. E como uma avalanche, as lembranças dele dançando em cima de mim vieram a minha cabeça, o que fez meu coração acelerar.

Me afastei do banco outra vez, ficando ereta, assim que mais memorias chegaram a minha cabeça latejante.

O sabor dos lábios de Suga encontrou as minhas lembranças quando fechei os olhos novamente, assim como as mãos experientes que alisavam as curvas do meu corpo. E antes que eu tivesse a chance de lembrar de mais alguma coisa que me faria querer ficar, eu abri os olhos e procurei pela maçaneta da porta.

Silenciosamente deixei o carro, levando comigo apenas a minha bolsa que eu sempre deixava no porta luvas. Nenhum dos coreanos me viu deixar o carro, muito menos o estacionamento.

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