Ele ama essa vida.
Ela sonha com o dia que vai sair dela.
Min Yoongi é um trapaceiro, que nasceu com talento para jogar poker. Vivendo sem nenhum tipo de limites ou regras, ele se junta a maior mafia de Las Vegas, para arrancar dinheiro de qualqu...
Tokyo Hotel Resort e Cassino Kinka 29 de setembro, 10:32am
Acordei com o som de algo se mexendo, e quando abri os olhos cuidei para ser discreta, a fim de descobrir o que Jungkook fazia. E quando o peguei mexendo no meu notebook me sentei na cama imediatamente.
-O que você esta fazendo?- perguntei indignada, o fazendo me olhar com os olhos esbugalhados de surpresa.
-Eu só queria saber...- não deixei que ele falasse, me levantei da cama e segui na sua direção, arrancando o aparelho de sua mão com grosseria.
-Quem te deu autorização para mexer nas minhas coisas?- perguntei irritada.
Ele levantou as mãos, como se estivesse se rendendo, depois me encarou como um menino assustado. Só então percebi que aquele era o jogo dele, sempre que fazia alguma coisa que me deixava fora do serio, ou queria me comover, ele fazia aquela cara de menino inocente.
Só esperava que ele não tivesse mentindo no momento em que mais quis me aproximar dele.
-Não adianta me olhar com essa cara, não vou cair no seu teatro dessa vez.- gritei.- Por que você estava mexendo nas minhas coisas?
Ele fez sinal com as mãos para que eu parasse de gritar, depois se aproximou de mim, mesmo que eu me esquivasse a cada passo.
-Eu vi você mandar um email ontem, precisava me certificar de que não estava armando algo contra nós.- disse ele frustrado, ao se sentar na cama como uma criança emburrada, enquanto eu agarrava o aparelho em minhas mãos cada vez mais próximo ao meu peito.
-Como você pode achar isso, depois de tudo que eu fiz em Ozaka?- perguntei incrédula.
Ele deu de ombros.
-Você não confia em mim, não é?- perguntei, minha voz era um misto de tristeza e incredulidade.
Larguei o notebook em cima da mesa do quarto e fui ao seu encontro, sentando do seu lado da mesma forma relaxada que ele fazia. Então olhei para seu rosto, o fazendo olhar para mim.
-Quem é Namjoon?- perguntou ele confuso.
Suspirei, depois voltei a olhar apara frente, completamente frustrada por ter deixado meu segredo ser descoberto. Então respirei fundo, e tentei justificar o ocorrido com o fato de Namjoon merecer. Se ele tivesse feito o trabalho para mim, ao invés de me obrigar a fazer, ninguém teria descoberto a sua identidade. A culpa era dele se ele estivesse em apuros, já que ele seria relacionado a mim, caso alguém procurasse por detalhes da minha vida sigilosa.
-Ontem a noite te contei meu maior segredo. Só você e o Suga sabem disso.- começou ele, me fazendo olhar em sua direção outra vez.- Confie em mim, prometo não contar a ninguém.
Suspirei outra vez, deixando meus ombros desabarem.
-Namjoon é meu colega de faculdade, e aquele email é apenas um trabalho que eu enviei para ele entregar enquanto estou aqui.- disse, encarando o chão.
Jungkook me encarou até que eu olhasse para ele, depois sorriu como um menino, da mesma forma que fazia sempre que se soltava comigo.
-Sempre soube que você era muito mais que uma jogadora.- disse ele piscando para mim, o que me fez acertar um tapa no seu braço, entrando na sua provocação.
Não tinha mais como negar, Jungkook tinha me pego em flagrante, então contei a ele sobre meus planos e como ele e seus amigos tinham destruído meu sonho de vida normal. E quando o assunto acabou ele não sabia dizer o quanto se sentia mal por mim, ele compreendia completamente o que eu estava dizendo, mas não conseguia deixar de se importar com o cara que tinha cuidado dele por tanto tempo.
Rapidamente ele tinha entendido porque era tão perigoso que nos tornássemos amigos, coisa que eu deveria saber melhor do que ninguém, mas que ignorava sempre que esquecia meus objetivos. Mais uma vez eu deixava minhas emoções me levarem.
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Durante nosso almoço teatral, pude perceber o quanto Jungkook se sentia em conflito consigo mesmo. A todo momento ele se policiava para ser indiferente comigo, mas no fim das contas não conseguiu manter a postura indiferente que queria por muito tempo.
No inicio da tarde já estávamos rindo outra vez, enquanto brincávamos na sala de jogos do hotel. Jungkook tentava acertar o maior números de cestas, enquanto eu só arremessava as bolas de forma errada na maquina ao lado da dele.
Estávamos rindo como duas crianças, quando Suga entrou no salão, acompanhado de sua companheira. Ele estava com os dedos entrelaçados aos dela, e quando me viu fez questão de se exibir como um pavão.
Seu sorriso se tornou mais confiante, sua postura mais provocante, o que me fez ter que piscar algumas vezes para voltar a me concentrar no que estava fazendo. E eu não teria me importado tanto, se a garota ao seu lado não fosse aquela, que se dizia amiga de longa data, a mesma que era responsável de traduzir as coisas para mim, o que só me fez ter certeza que eu estava certa ao desconfiar do jeito carinho com que ela falava dele.
De repente o jogo tinha perdido a graça, mas ainda sim eu ria para mostrar que Suga não me afetava. Então deitei minha cabeça no ombro de Jungkook, quando ele parou de jogar. Como se ele e eu fossemos realmente muito próximos, e quando espiei por entre os cabelos de Jungkook, a postura de Suga mudar, deixei que um sorriso escapasse dos meus lábios.
-Sou péssima nisso.- disse com a voz de uma criança mimada.
Jungkook me olhou, quando me afastei dele, e percebi que ele estava com o rosto levemente ruborizado por causa da minha aproximação.
-É só questão de pratica.
Sorri sem jeito, depois pressionei os lábios em frustração.
-Você poderia me ensinar?- perguntei com um olhar persuasivo, que mais parecia encantador do que qualquer outra coisa. Jungkook nem desconfiou, apenas encaixou seu corpo atrás do meu e segurou a bola no ar com o auxilio das minhas mãos.
Eu podia sentir a respiração dele ficar irregular, e não pude deixar de achar o gesto fofo. Ele parecia desconfortável com as nossas posições, mas mesmo assim não se afastou. Jungkook me ajudou a arremessar a bola e quando acertei a cesta, demos um pequeno grito de comemoração juntos.
-Tente sozinha agora.- disse ele.
E quando nos afastamos, pude ver Suga beijando a minha tradutora, aquela que desconfiei ser bem mais do que amiga dele, como se o mundo pudesse acabar a qualquer momento. Mais uma vez aquela dor estava lá, o que me fez deixar a bola que segurava cair no chão, na maior demonstração que poderia existir para o fato de eu não conseguir deixar de me importar.
Suga se afastou da garota, e voltou a me encarar a certa distancia. Mas desviou o olhar assim que Jungkook olhou na sua direção, finalmente percebendo sua presença.
-Acho que ele veio nos avisar que está na hora.- disse Jungkook ao desviar os olhos do amigo para mim.- Vamos começar a por o plano em prática.
Ele juntou a bola do chão e a colocou no lugar, antes de segurar minha mão e me conduzir pelo corredor. Já estávamos quase no elevador que nos levava até nossos quartos, quando me permiti olhar para trás.
E bem lá no final do corredor, estava Suga, caminhando sozinho de cabeça baixa. Sua presença mexia comigo de uma forma avassaladora. Assim como sua beleza nao cansava de me tirar o fôlego. Nunca era fácil, mas não importava o que fosse, eu precisava continuar. Precisava continuar mentindo que não me importava, até que eu mesma acabasse acreditando.
