CAP27- O maior dos desejos

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Las Vegas
Cassino
26 de setembro, 10:45 pm

Os olhos de J.P. eram intensos em mim, mas eu sabia que ele tinha dito aquilo alto de mais para que Suga pudesse ouvi-lo. Fechei meus olhos, como se meu próprio corpo pudesse prever o que o coreano faria.

-Você diz isso porque ainda não dormiu com ela.- disse Suga, olhando brevemente para mim, antes de voltar seus olhos pequenos na direção de J.P..- Vai por mim, ela não vale tudo isso.

Olhei para Suga, que andava na direção do elevador com a maior tranquilidade. Atrás dele passou cada um de seus amigos, todos de cabeça baixa. Como se soubessem que Suga tinha ido longe de mais.

Meu ego estava tremendamente abalado, meu coração humilhado, mas ainda sim não consegui me manter quieta.

-Você fala como se eu tivesse mesmo te dado essa chance.- dei um passo para o lado, para que Suga pudesse me ver ao esperar pelo elevador.

Lentamente ele virou na minha direção, enquanto todos nos encaravam tensos. O olhar de Suga era cruel, mas mesmo assim me mantive com o queixo erguido, pronta para qualquer coisa que ele pudesse dizer para me ofender. O que ele acabou não fazendo.

-Tem certeza?- disse ele com malicia.

Naquele momento ele deixou bem claro que já tinha descoberto a minha perda de memoria. Ele sabia que eu não lembrava, e sabia muito bem como jogar com aquilo. Afinal, ele era um excelente jogador, eu não poderia negar.
Ao me ver ficar em silencio, ele entrou no elevador, levando consigo um sorriso presunçoso nos lábios.

-Esse cara não tem noção de perigo.- disse J.P., com uma ruga entre as sobrancelhas, enquanto olhava para a direção do elevador, onde seus capangas o esperava. O mesmo lugar que eu encarava, e que levava Suga para ainda mais longe de mim.

-Ele nem faz ideia.

J

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J.P. me levou para casa, na sua limusine cara e extravagante. E quase não trocamos palavras, durante o curto caminho de quinze minutos. Não deixei que ele me levasse até a universidade, era bom manter meu esconderijo ainda secreto. Ele me largou em uma rua vazia, onde expliquei ser melhor para mim, mas antes de me deixar sair do carro ele segurou meu rosto e analisou meus lábios com atenção.

-A qualquer momento, em qualquer lugar, me ligue e eu vou buscar você.- disse ele sério, daquele jeito que ele só falava comigo.- Você sabe que não precisa passar por isso.

Apenas concordei com um aceno de cabeça, e depois desci do carro.

A noite era fria, e eu não usava nada quente para me aquecer. Fechei melhor a jaqueta que me aquecia, e depois acomodei minhas mãos nos bolsos, enquanto caminhava tranquilamente.

A todo momento, a cada passo que eu dava, era atormentada pelo olhar de Suga. Por aquele que ele tinha me dado no elevador, assim como aquele que ele me deu antes de entrar no elevador. E quanto mais eu tentava entender, menos fazia sentido.

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