CAP58- Você não tem medo, não é?

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EUA
NovaYork Palace Hotel
07 de Dezembro, 04:22am 

-Você vai mesmo fazer isso?-a voz de Suga soou atrás da porta, antes dele começar a esmurrar a madeira com urgência.

-E fiquei feliz por eu não chamar a segurança do hotel!- gritei do outro lado.

Estava somente com um roupão, escorada na porta, e um sorriso zombeteiro se instalava em meus lábios. Porque mesmo que não devesse, não conseguia deixar de achar graça da situação.

Depois de ceder a Suga na banheira, permitia que ele me levasse para a cama. E lá esqueci completamente nossos problemas. Nem que eu tentasse, não conseguia negar o quanto amava aquele homem. O quanto sentia a sua falta.

Tudo em mim queria estar com ele, tanto é que me permiti viver o momento, sem pensar no passado. Estava com a cabeça enuviada, mal conseguia agir calculadamente, mas ainda sim escolhi me entregar.

Ele estava ali, bem na minha frente, no meu momento mais vulnerável, que nem pensei duas vezes. Transei com ele sem culpa, e mais de uma vez.

E a todo o momento eu podia ver o que estava ali, bem na minha cara, eu nunca seria tão apaixonada por alguém, quanto era por ele. O jeito que ele me tocava, a forma como me olhava, a malicia misturada a concentração, que era presente em cada gesto seu, me hipnotizava.

Nada seria igual ao que ele me fazia sentir, e aquilo me causava muita raiva.

Quando acordei, com a cabeça levemente mais coerente, foi que eu percebi que não passava apenas de um ótimo sonho as ultimas horas. Era real, Suga estava bem ali, dormindo ao meu lado, segurando meu corpo como se eu pudesse desaparecer a qualquer momento.

Assim que olhei para ele, e senti meu coração afundar junto das minhas sobrancelhas que se uniram em comoção, percebi o quanto doía ficar longe dele. E o quanto eu não estava preparada para não ama-lo a cima de tudo.

Toda a dor que eu sentia, se misturou ao medo de que ele pudesse me magoar ainda mais. Até que todos esses sentimentos fizeram eu sentir repulsa de mim mesma por estar sendo tão fraca.

Então o levantei aos gritos, o expulsando do meu quarto, exatamente do jeito que o encontrei. Ele acordou confuso, como se nem ele soubesse o que tinha acontecido entre nós. E só acordou quando eu fechei a porta da minha suíte na sua cara.

Estava com tanta raiva de mim por ter cedido. Suga não merecia o meu perdão. Não depois do que tinha feito, depois de tudo que tinha me feito acreditar. Ele era meu inimigo, e mesmo que eu o amasse, ele tinha partido meu coração da pior maneira possível.

Foi por causa dele que eu não tinha dormido bem nos últimos meses, por causa dele que tinha desistido da faculdade e ido morar em uma boate de stripers. Tudo era culpa dele, que de alguma forma sempre provocava o pior em mim.

-Vai, abre essa porta.- sussurrou ele, com o rosto contra a madeira.

Pressionei meus lábios, para evitar que um suspiro saísse dali. Depois encarei as cortinas da pequena antessala da suíte, me obrigando mentalmente a não me deixar abalar pela voz que estava ouvindo.

Toda vez que estava com Suga era aquilo, eu tinha sentimentos estranhos e controversos, que me faziam agir da maneira mais improvável possível. E era exatamente por isso que eu não conseguia parar de sorrir, quando ele desistiu de me convencer, e partiu a procura dos amigos.

Suga sabia que não viajávamos sozinhos em uma missão, e como seus amigos eram a minha equipe, ele já imaginava que os quartos a frente do meu eram dos seus amigos, mas o que ele não sabia era que aquele hotel era muito concorrido naquela época do ano.

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