CAP26- Mais do que um mero arrogante

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Las Vegas

Cassino

26 de setembro, 09:00 pm

O salão principal estava lotado, rotina normal de todas as quintas. As maquinas de caça níqueis estavam quase todas ocupadas, e os seguranças pareciam estar em dobro, distribuídos pelo salão. O que queria dizer que a casa estava cheia.

Passei pelo salão das roletas, e milhares de pessoas ocupavam o lugar, obrigando as garçonetes a equilibrar o dobro de bandejas ao carregar muitas bebidas.

Peguei o primeiro elevador, aquele que era de vidro, e que me faria caminhar um pouco mais pelo cassino, até que chegasse ao meu destino. A sala do presidente.

Lá de cima, da caixa de vidro, podia-se ver o salão que a pouco eu estava, até que ele se tornasse pequeno à medida que o elevador subia. Como um enorme poço de luz, o teto brilhante iluminava cada andar, por onde o elevador subia. E foi lá de cima, que pude ver alguns andares a cima, Suga escorado no parapeito do seu andar.

Seu cabelo não estava mais na mesma cor, naquele momento ele estava descolorido e levemente bagunçado. E nem daquele jeito, ele conseguiu deixar de ser tão irresistível.

Imediatamente meu peito pareceu pesar muito mais, assim como uma ruga surgiu entre minhas sobrancelhas de maneira melancólica. E quando o elevador enfim chegou ao andar dele, e seus olhos encontraram o meu, senti um vazio que fez algo dentro de mim doer.

Seus olhos estavam exprimidos me avaliando, e sem que eu percebesse coloquei uma mão no vidro da parede, como se meu corpo quisesse diminuir a distancia entre nós. E como uma avalanche, vi tudo que tinha acontecido na noite anterior, me enterrar ainda mais naquele vazio. Até aquele momento eu não sabia, não entendia, que Suga tinha despertado algo poderoso dentro de mim.

Eu o encarei por todo o tempo, mesmo que quisesse agir de forma diferente, até que uma ruga surgiu entre suas sobrancelhas, e ele me deu as costas determinado.
O elevador não me permitiu ver ele se afastando, mas mesmo de longe eu pude sentir que aquela frase, que ele tinha deixado escrita na carta, era mesmo real.

E aquilo doeu.

Desci no meu andar, e caminhei calmamente até a sala de Big Dan, que por tanto tempo tinha sido de Brad. Meus olhos ardiam, mas mesmo assim eu me obrigava a ficar de cabeça erguida. Depois de tudo que eu tinha passado ali, não ia ser um garoto arrogante e estupido, que ia me fazer perder o controle.
Mentalmente me obriguei a lembrar porque eu estava ali, e porque ainda não tinha ido embora. Tinha sido ele, Suga, que tinha me arrastado para aquela vida outra vez. E mesmo que o resto de alma que eu tinha pudesse ser destruida, ia acabar com ele.

Empurrei as portas da sala de Big Dan, assim que seus seguranças me deram autorização para entrar.

-Destiny!- disse Big Dan, assim que me viu entrar, através do reflexo da janela por onde admirava o céu estralado.

Caminhei na sua direção, até que chegasse a uma distancia confiável. Depois o reverenciei em silencio de maneira discreta.

-Que bom ver você aqui.- outra voz me pegou desprevenida. O que me fez virar na sua direção, encontrando a ultima pessoa que eu esperava ver.

-J.P?- perguntei involuntariamente, mesmo que fosse impossível confundi-lo.

O homem, que mais parecia um garoto, sorriu com malicia. Depois alisou os próprios lábios, como se eles estivessem sujos de alguma forma. Ele se acomodou melhor na cadeira que estava ocupando, cruzando as pernas e escorando os braços nos apoios da poltrona.

Suas joias e relógio dourado, contrastavam com o tecido vermelho do acento.

Ele vestia uma calça justa, e uma camisa com botões de mais abertos. Sua beleza era pequenamente visível, no meio de todas as coisas que ele usava para se camuflar. J.P. tinha trinta anos, mas parecia um rapper americano no auge dos seus dezoito. Mas por algum motivo sempre me preocupava mais quando ele sorria, do que quando estava sério.

1- ALL INWhere stories live. Discover now