Capítulo 3 - Thomas

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Não aguento essas férias que a faculdade dá todo ano. Com isso, perco todas as minhas desculpas para não sair com o Benjamim. Ele já acabou de terminar o quarto ou quinto relacionamento e continua querendo achar outra pessoa. Quando ele vai perceber que amor não enche barriga? Acho que não vai. Algumas das namoradas dele acabaram traindo, outras o deixaram por outro. Não sei se devo considerar como a mesma coisa, mas sinto admiração, e raiva por ele ser tão burro a ponto de querer de novo. Deus que me livre de amar novamente, não vale a pena. A noite está chegando, pedi para que a Rosa passasse aquela blusa social que gosto e aquela bermuda casual preta. Coloquei um tênis rasteiro, da Reserva, em um canto, separado. Quando chegou a hora, tomei um demorado banho, me arrumei e esperei o Benjamim passar com seu Fluence. Ele chegou. Entrei no carro com cara de poucos amigos. Com cara de alguém que não queria ter saído de casa.

- Se é para ficar com essa cara, por que não fica em casa, Thomas?

- Não seria uma má ideia, vá antes que eu considere.

Benjamim dirigiu em direção ao apartamento, em Ipanema. A festa seria no terraço do mesmo. Estacionamos e subimos. Finalmente estamos aqui, rodeados de pessoas burras que só querem saber de se divertir. Peguei um copo de Whisky e sentei em um canto que me permitia ver a praia. Benjamim veio até mim e me perguntou se eu estava bem.

- Acho que vou lá em baixo, o que está tendo lá?

- É uma rave que inventaram de fazer na areia, só tem pobre.

- Qual é a relevância?

- Thomas, esse povo é ignorante.

- Esse pessoal daqui também é, Benjamim. Eu vou lá.

Desci depois de ter ficado duas longas horas naquele lugar cheio de pessoas com manias robóticas e previsíveis. No saguão do prédio, encontrei aquela linda morena indo em direção ao elevador com um gringo. Como essas mulheres podem ser tão interesseiras? Chegando na praia, passei alguns minutos sozinho, até que uma ruiva chegou até mim.

- Oi, bebê.

Estranhei aquilo por um momento, mas respondi.

- Olá!

- Não está afim de me levar para dar uma volta?

- Quer saber? Vamos, sim.

Eu estava tão desesperado para sair daquele lugar que vi isso como uma oportunidade de fuga.

O amor que encheu a barrigaOnde histórias criam vida. Descubra agora