Capítulo 36 - Thomas

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- Helena...

- VAI!

Espero que esse problema seja muito sério. Melany terá que me dar uma bela explicação para que eu me conforme em ter entrado em mais uma confusão com a Helena por culpa dela. Desci o morro inteiro e deixei Helena com aquele bico enorme na casa dela. Fui até meu carro, entrei no mesmo e segui para casa. Meu dia estava sendo ótimo, os problemas já estão voltando à tona. Demorou, mas no prédio onde eu moro. Subi e reparei um silêncio estranho em todo prédio. Se algo alguma confusão tivesse acontecido, não teria toda essa ausência de barulho. Fui até meu apartamento e entrei. Melany estava de camisola, na cozinha, com um copo de suco na mão.

- Onde está a Rosa? Por que você está vestida assim?

- Quantas perguntas, Tom. Sente-se. Prometo que responderei todas elas.

Olhei para ela e deixei transparecer uma raiva que surgiu após perceber que tudo aquilo, no celular, foi encenação. Mas por que Rosa mentiria? Me sentei e olhei, supeitadamente, para Melany.

- Como foi sua noite, Tom? Percebi que você não dormiu aqui.

- Eu estava na casa da Helena.

- Ah! Helena.

- Onde está a Rosa?

- Ela também não dormiu aqui.

- Não? Ela te deixou aqui sozinha?

- Por que o espanto? Eu não sou nenhuma ladra.

- Não é isso. Onde ela está?

- Ela foi resolver um problema do meu pai.

- E por que você não foi?

- Eu estou muito mal, sabe? Preferi ficar e pedir sua companhia. Mandei uma mensagem para minha avó e pedir que ela dissesse tudo que você ouviu, no celular, por áudio.

ELA ACHA QUE SOMOS CRIANÇAS? A HELENA VAI SURTAR SE SOUBER DISSO.

- Você é louca?

Tentei me levantar, mas Melany me empurrou, me fazendo sentar novamente. Sentou em meu colo, com o corpo de frente para mim e tentou me beijar. Eu virei o meu resto na hora e segurei ela pelos braços.

- VOCÊ É LOUCA?

- Eu sou louca por você, Thomas. Para ser sincera, eu não sei o que você vê nessa Helena. Ela não tem etiqueta, não é responsável. Vive gritando, brigando com você. Eu e você somos iguais, você não precisa dela.

- A Helena é muito mais mulher do que você.

Eu disse isso enquanto jogava ela para trás. Ela caiu sentada no chão e me olhou, ainda demostrando um suposto tesão. Eu não sei o que essa mulher tem na cabeça, mas tudo indica que seja merda. Eu não acredito que deixei Helena sozinha para vir até aqui. O pior é que ela me avisou sobre Melany. Meu celular tocou e a voz de Helena me preocupou.

- Thomas?

- Helena? O que houve?

- Eu vomitei minha casa inteira. Não estou muito bem.

- É só eu sair que você fica doente? Eu sabia que era seu remédio.

- Não estou para brincadeiras, Tom. É sério. Eu também estou sangrando.

- SANGRANDO? VOCÊ CAIU?

- Não. Parece menstruação, mas não está na época.

Melany se aproximou e começou a falar coisas sem sentindo, insinuando que estávamos ocupados e que eu deveria voltar logo para o quarto. Helena surtou assim que ouviu e, por mais estranho que pareça, tirou forças de algum lugar para começar a gritar, como de costume.

O amor que encheu a barrigaOnde histórias criam vida. Descubra agora