- Por que você está gritando, Thomas? Vai assustar o seu filho.
Minha vista escureceu e eu apaguei bem na hora. Quando acordei, só estávamos eu e Rosa no apartamento do Thomas. Rosa me trouxe um copo com água e açúcar enquanto eu não parava de tremer.
- Aquilo é sério, Rosa?
- Temo que sim, querida.
- Será que eu nunca vou ter paz com ele? Quando finalmente nos acertamos outra coisa acontece? Não pode ser.
Rosa ficou em silêncio enquanto deixava transparecer seu semblante de lamentação. 40 minutos se passaram e Tom passou pela porta. Ele encheu um copo com água e seguiu, sem ao menos me olhar, até a varanda. Levante devagar e fui até ele.
- Temos que conversar.
- Estou farto de conversas por hoje, Helena.
- Para a mãe do seu filho você teve tempo.
- Você quer mesmo discutir?
- Eu quero conversar!
- Mas eu não quero!
- Você não precisa ser um idiota, Thomas. Que droga! Passamos por muita coisa e, quando finalmente tivemos um dia repleto de paz, outro problema acontece.
- SÓ QUE O PROBLEMA TEM SETE ANOS. NÃO É TÃO SIMPLES.
- E QUE CULPA EU TENHO, SEU IMBECIL?
- VOCÊ ESTÁ ENCHENDO O MEU SACO!
Me calei, assustada, e dei as costas. Fui rapidamente até o quarto e arrumei minha costas. Sai do apartamento batendo a porta e sem olhar para traz. Ao sair, diminui a velocidade na esperança de ver o Thomas atrás de mim, mas nada disso aconteceu. Eu estava sozinha novamente. Fui até a casa da dona Margarida e contei todo o ocorrido. Minha mãe suspirou e disse:
- De novo, filha?
- Acho que eu não sou namorável, mãe.
- Você não é suas escolhas erradas, meu bem.
Desabei em prantos nos braços dela. Eu soluçava sem parar. Eram 03h da manhã e eu só parei de chorar quando, de uma hora para outra, cansada, adormeci. Acordei bem desanimada para ir até a faculdade. Eu sabia que veria ele, por isso não queria levantar daquela cama. Minha mãe me motivou até que levantei e me aprontei. Eu usei o perfume que ele ama e me arrumei toda. Cheguei cedo na faculdade e me sentei em um dos bancos. Thomas desceu no carro, me olhou e eu abaixei minha cabeça, esperando-o vir até mim, mas ele não veio. Seguiu até sua turma e me deixou sozinha.
Passamos a manhã inteira em silêncio absoluto. Minha cabeça estava um turbilhão. Eram tantos pensamentos que eu já não sabia mais no que pensar.
Quando a aula acabou, sai do campus e me deparei com Benjamim e Thomas. Ele estava em prantos. Pensei em ir até lá, mas Benjamim me olhou e discordou com a cabeça. Entendi que não era uma boa ideia ir até lá. Segui até o ponto de ônibus e, ao entrar em um, sentei no fundo do mesmo. Coloquei meus fones de ouvidos e novamente comecei a chorar. Passei a tarde trancada no quarto, sem comer ou beber. Deu a hora de trabalhar e eu liguei para o Angelo.
- Olá, Helena.
- Angelo?
- Que voz é essa? Está chorando?
- Eu posso ficar em casa hoje?
A ligação recebeu um silêncio momentâneo até que ele disse:
- Não. Preciso de você aqui.
Não acredito que ele está sendo tão egoísta! Coloquei minha roupa e fui até o trabalho. Quando cheguei, o escritório dele estava todo apagado.
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O amor que encheu a barriga
RomancePLÁGIO É CRIME! Thomas é um jovem de 25 anos, de pele parda e com cabelos castanhos que combinam com seus olhos cujos cílios são longos e atraentes. Seu maxilar bem desenhado dá um contexto maior aos lábios que, por sua vez, são pequenos e miste...