Capítulo 33 - Helena

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    - Isso é maravilhoso, Tom. Sua porra é uma delícia!
Segurei a mão dele e levei aquele corpo suado e cansado até a cama. Empurrei ele sobre a mesma e ele despencou. Deitei ao seu lado, com grande parte do meu corpo sobre o dele e fiquei quietinha, deixando ele viajar sobre o que acabou de acontecer. Essa foi o nosso melhor sexo, espero que nosso lance nunca acabe. Tom está extasiado, olhando para o teto. Ele fica maravilhoso por esse ângulo. Na verdade, ele fica maravilhoso por qualquer ângulo. Não sei o que ele tem, mas toda raiva que eu sentia dele se transformou em uma paixão descontrolada. Só não sei se é o momento certo para dizer. As aulas da faculdade estão prestes a voltar, não vou ter mais tempo dia de semana. Pegamos no sono e, quando acordei, Thomas não estava mais ao meu lado. Eu, novamente, achei que tudo aquilo seria um sonho. Levantei e fui até a cozinha, e Thomas também não estava lá. Fui até a frente da minha casa e nada do Thomas aparecer. Eu deixei de cogitar que tudo tenha sido um sonho porque eu estava ardida, inchada e um pouco úmida. Resolvi ligar para o seu celular e perguntar onde ele estava.
- Alô!
- Thomas? Onde você está? Por que me deixou sozinha?
- O que é isso? Interrogatório?
- Fala!
- Deixe de ser preguiçosa e procure direito.
Me vesti direito, fui até o portão novamente e comecei a olhar em volta e não conseguia ver ele. Deve ser outra de suas palhaçadas.
- Eu não estou te vendo.
- O que você está vendo, afinal?
Thomas estava ofegante. Olhei para uma rua larga, que havia ali perto de casa e vi uns meninos jogando bola. A maioria tinha por volta de 10 a 13 anos. Encarei aqueles meninos por alguns instantes e reparei um rapaz mais velho, jogando com eles enquanto falava no celular.
- VOCÊ ESTÁ JOGANDO BOLA COM AS CRIANÇAS? AHAHA! NÃO ACREDITO!
Abri o maior sorrisão. Thomas parou de jogar, olhou para mim, sorrindo, e desligou o celular. Acenou para mim e continuou correndo. Entrei correndo para pegar meu chinelo e fui até lá. Me sentei na calçada com as menininhas que estavam olhando e comecei a assistir aquela cena rara. Thomas, até pouco tempo atrás, odiava pessoas faveladas. As garotinhas que estavam ao meu lado começaram a elogiar sua beleza e eu comecei a rir.
- Ele é lindo, né, tia? Jesus!
- É. Ele é lindo.
Falei isso enquanto o encarava com um olhar completamente distraído e viajante. No meio desse passeio interno, Thomas apareceu como mágica na minha frente. Ele estava sem camisa, com uma bermuda curta que marcava tudo e descalço.
- Onde arrumou essa bermuda que parece uma cueca?
Ele apontou para um rapaz que estava encostado no poste e disse:
- Aquele cara me emprestou. Gostou?
- Não, você está deixando as crianças loucas.
- É?
Ele corou quando viu as menininhas cochichando sobre ele.
- Você é um tarado, Tom.
Ele sorriu debochadamente e tentou me abraçar. Sai correndo pela rua, tentando fugir de todo aquele suor. Ele correu atrás de mim e conseguiu me abraçar. QUE NOJO!
- NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO, CARA!
Ele não parava de sorrir e meu riso também não conseguiu se manter preso. Começamos a dar longas gargalhadas enquanto seguíamos até minha casa.
- Espera, esqueci uma coisa.
Thomas voltou correndo até os garotos e gritou:
- RAPAZIADA, CHEGA AÍ!
Não demorou muito para todo mundo rodear ele. Ele começou a falar e gesticular. Logo após todo mundo começou a gritar e comemorar algo. Thomas veio até mim, correndo.
- Vamos?
- O que disse para eles?
- Eu vou fazer um luau. Eles irão.
- Thomas, esses meninos não têm condições de ir até o Leblon.
- Eu sei. Eu vou alugar três ônibus para leva-los até lá.
Eu arregalei os olhos. O que deu no Thomas hoje? Concordei com ele e seguimos até minha casa. Tomamos um banho juntos e, quando estávamos quase transando novamente, o celular deve não parou de tocar. Ele queria ignorar, mas eu não deixei. Saímos do box, nos secamos e ele atendeu o celular. Ele parecia irritado. Vestiu de novo seu terno e disse:
- Preciso ir.
- O que houve?
- Rosa disse que Melany entrou em uma confusão com uma senhora do prédio.
- E o que você tem a ver com isso, Thomas?
- Eu sou o dono do apartamento, Helena.
- Foi o apartamento que arrumou briga?
- Você não entende.
Dei as costas, morrendo de ódio e fui até o quarto. Deitei de bruços e fiquei ali, quieta.
- Helena, por favor!
- Vá resolver o problema da sua amiga, Thomas!
- Helena...
- VAI!
Ele abaixou a cabeça e saiu às pressas. Eu insistir para que ele fosse, mas eu queria que ele batesse o pé e dissesse que ficaria aqui, comigo. Essa garota apareceu para complicar minha vida. Tudo estava andando na direção certa até essa cachorra aparecer. Não vou me segurar por muito tempo, a cara dela logo logo será arrastada no asfalto. Fiquei deitada, com raiva e fantasiando mil opções de crimes contra essa mulher. Resolvi ligar para Isabel e desabafar.
- Oi, amiga!
Ela estava ofegante, com a voz picotando e não era culpa da ligação. Não acredito que ela está transando!
- Está transando, Isabel?
- Se sabe que estou, por que ainda está na linha?
Desliguei o celular e fiquei pensando nas mil maravilhas que a vida dela está sendo. Um pouquinho de inveja invadiu meu peito enquanto pensava nisso.

O amor que encheu a barrigaOnde histórias criam vida. Descubra agora