Capítulo 32 - Thomas

62 10 0
                                    


- É que meu chefe é um gato!

- QUÊ!!!

Desliguei o celular na cara dela. Ela só pode estar de palhaçada comigo. Quase nos declaramos na madrugada passada e ela vem com uma dessas? Tudo bem, eu não vou entrar nesse jogo. Sou maduro demais para isso e já pensei no que vou fazer. Vesti um terno que eu tinha comprado há uns meses e que era feito por um alfaiate italiano. Coloquei meu perfume amadeirado e entrei no meu carro. Corri feito um louco para chegar até o trabalho de Helena e, assim que me informei com o porteiro sobre o andar. Cheguei lá e ela logo me percebeu. Seu olhar de espanto foi tomado rapidamente por um olhar de raiva. Fui cumprimentado por todas as mulheres que estavam ali trabalhando. Até a senhora da limpeza sorriu para mim e eu estava adorando saber que Helena estava vendo tudo aquilo.
- Boa noite.

- O que está fazendo aqui, Thomas?

- Aqui não é uma empresa de consultoria? Quero falar com o seu chefe.

Ela me encarou por alguns instantes e deixou transparecer toda a raiva que estava sentindo. Eu segurei meu sorriso e me mantive calmo. Ela apertou um botão que havia embaixo do balcão, e que fazia um barulho ridículo no escritório do seu chefe.

- Que modernidade.

- Cala a boca!

Não demorou muito para o rapaz aparecer como mágica em minha frente. Fala sério! É disso aqui que Helena estava falando? Eu sou mil vezes melhor que ele, não é possível que era tenha falado sério. Não é possível!

- Pois não?

- Boa noite. Podemos conversar em um local mais reservado?

Dei algumas espiadas para ter certeza de que Helena estava a ponto de explodir e vi que estava.

- É claro. Vamos entrando.

Entrei em seu escritório e tive que admitir todo o estilo desse cara, mas ele ainda não me supera. Me sentei na mesa em frente sua mesa e ele começou a falar.

- Bom, como posso ajuda-lo, senhor...?

- Thomas.

- Senhor Thomas.

- Eu pretendo abrir um negócio. Preciso de ajuda para começar. Não sei se o serviço que pretendo investir está propício ao mercado atual.

- É claro. Continue falando.

- Eu quero abrir um curso de línguas.
Eu e ele debatemos por um bom tempo e, às vezes, eu o interrompia para elogiar Helena. Nós parávamos de conversar para olhá-la e ela morria de vergonha, mas eu sabia que ela estava estressada. Ele manteve a postura e isso me acalmou bastante. Eu vim pronto para dar uns bons murros no rosto dele se ele concordasse com qualquer elogio que eu fizesse à Helena. Conversamos muito sobre meu negócio e ele me cobrou a consulta. Que ladrão! Achei que tinha feito um novo amigo. Paguei-o e me levantei. Fui até Helena e:

- Vamos embora?

Ela pegou a bolsa e saiu andando com aquela cara emburrada que eu adoro. Entrou no elevador e ficou olhando a porta, parecia que não queria que eu chegasse a tempo de ir na mesma viagem que ela. Apertei o passo e, para o azar dela, consegui chegar antes que a porta fechasse. Me coloquei ao seu lado e fiquei olhando para frente, revezando o olhar com ela e dando alguns sorrisos debochados.

- QUAL É O SEU PROBLEMA?

- Por que está gritando, sua louca?

- PORQUE VOCÊ É UM IMBECIL. NÃO CANSA DE ME ATAZANAR?

O amor que encheu a barrigaOnde histórias criam vida. Descubra agora