Capítulo 7 - Bônus de Isabel

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A Helena é imprevisível, não sei mais o que fazer com aquela garota. Ela estava aqui quase agora e agora sumiu. Fui procurar ela ao longo da praia. Rodei tudo procurando aquela desconsertada e não a encontrei em lugar nenhum da areia. Resolvi olhar algumas festas que estavam rolando por ali, é bem a cara dela invadir festas as quais não foi convidada. Entrei em um prédio que estava com o terraço cheio e um som muito alto. Entrei no saguão e disfarcei para que não fosse barrada, eu tenho cara de pobre. Chamei o elevador e fiquei esperando, impaciente e preocupada com aquela irresponsável da Helena. Quando a porta do elevador abriu, deixei meu copo cair no chão e fiquei paralisada. Meus olhos se expandiram de uma forma estranha e eu só sabia travar. O Théo estava com outra, se atracando no elevador. Théo é o meu namorado, aquele que confia em mim. Agora eu sei de onde vem a confiança. Retomei a postura e cruzei os braços. Comecei a bater um dos meus pés no chão e fiz uma cara de deboche. Quando cansaram de se engolir, Théo me olhou e tomou um susto enorme. Eu só estava esperando isso para virar as costas e sair daquele lugar, mas eu estava fora de mim. Ao invés de sair do prédio, resolvi subir as escadas para fugir daquele imbecil. Ele insistiu em vir atrás de mim.

- Bebel, espera!

- Não me chame de Bebel, seu imundo.

Nós discutíamos enquanto eu subia, evitando parar e ter contato.

- Não é nada do que você está pensando, meu amor.

- VOCÊ ACHA QUE SOMOS PERSONAGENS DE UM LIVRO, THÉO? COMO ASSIM NÃO É O QUE EU ESTOU PENSANDO, SEU FILHO DA PUTA? EU VI!

Virei as costas e, quando eu ia continuar subindo, ele segurou meu braço. Eu disse que estava me machucando, mas ele insistiu em segurar com força, não me deixando sair. Até que eu ouvi uma voz gostosa e suave, não era rouca, mas era grave.

- Você está surdo, cara? Solta ela!

Quando olho para trás, me deparo com o verdadeiro Deus grego. Ele era branco, tinha olhos cor de mel e seus cabelos eram pretos, caracolados e jogados para trás. Eu podia sentir o cheiro dele, um perfume amadeirado meio dispersado pelo cheiro do álcool. Até que Théo respondeu.

- Vai se ferrar! A menos que você seja policial, não encha meu saco. Não se meta em briga de marido e mulher.

E sem me deixar interromper para dizer que não somos mais namorados, aquele pedaço do céu tirou o distintivo de dentro da blusa, deixando-o bater em seus peitos por fora da camisa. Eu fiquei sem ar na hora, me subiu um calor nas pernas e eu só me imaginava nos braços dele, sendo carregada para um quarto e fazendo amor pelo resto da noite.

O amor que encheu a barrigaOnde histórias criam vida. Descubra agora