Capítulo 17 - Bônus de Benjamim

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Depois de avisar ao Tom que eu iria para uma missão e dizer a frase que ele já está enjoado de ouvir. Arrumei minhas coisas e fui ao batalhão para receber as informações necessárias. Seguimos até a baixada com a ordem de prender um chefão do tráfico. Estava tudo dado, não tinha como dar errado. Chegamos no pé do morro e nos preparamos para subir. Coloquei a toca ninja, típica de um policial civil, e começamos a invadir. A recepção foi bastante calorosa e repleta de tiros em nossa direção. Fomos avançando aos poucos e uma movimentação chamou minha atenção. Algo se escondia em um dos becos que se encontrava perto de mim. Fui até lá com cuidado, sem abaixar meu fuzil. Dei o bote preciso para pegar quem ali estava e me deparei com aquela bela e arrogante moça que eu tirei das mãos do namorado. Ou ex namorado. Quando ela me viu, não me reconheceu por culpa da toca. Começou a gritar e chorar enquanto escondia o rosto.

- NÃO ATIRA, PORRA. NÃO ATIRA!

Até assustada é uma ignorante em potencial. Resolvi colocar um pouco de terror psicológico e me aproveitar daquela situação. Coloquei uma pitada de vingança no ato.

- COLOCA AS MÃOS NA PAREDE, ANDA!

Ela se virou e apoiou o corpo na parede, abriu as pernas e abaixou a cabeça. Parece que ela já está acostumada com a abordagem policial. Será que mora por aqui? Deus me livre desses favelados. Fiquei alguns segundos olhando aquela bunda, os tiros que eu estava escutando sumiram e eu escutava uma trilha sonora linda. Dei um tapa em minha cara e comecei a revistá-la, sabe-se lá quando terei a oportunidade de toca-la assim, com adrenalina. Ela começou a resmungar enquanto estava de cabeça baixa e eu resolvi debochar ainda mais.

- Você não pode me revistar, eu sou mulher.

- Liga para a polícia.

Em meio tudo aquilo que estava acontecendo ali, esqueci do que fui fazer naquele lugar. Esqueci que estava vestindo uma farda e que qualquer distração podia me causar a morte. Quando eu menos esperei, alguns vagabundos passavam à procura de policiais para matar, me encontrou. O problema é que a arma foi apontada para mim. Não sei que capacidade é essa que os marginais têm de serem horríveis de mira. A munição foi em direção àquela moça. Tudo ficou em câmera lenta na minha cabeça. Aquele projétil vindo, a moça virando assustada e os vagabundos correndo. Eu, como sempre, sendo inconveniente, interrompi o curso da munição e tornei a me jogar na frente. Quando fui atingido, tudo voltou à velocidade normal; cai no chão e os malditos traficantes fugiram quando meus parceiros avançaram. Aquela linda mulher me deitou sobre o seu colo e começou a me agradecer.

- Não acha melhor me agradecer no hospital?

- Tudo bem, vamos.

Ela estava tremendo e assustada. Meus parceiros chegaram logo depois e eu me irritei. Isso aqui é algum filme? Esperam eu levar um tiro para entrar em cena? Que merda! Eles me carregaram até o pé do morro e a moça me seguiu. Eu estava perdendo muito sangue e só sabia gritar de dor. Minha vista estava ficando escura e a última coisa que vi foi a reação de espanto daquela coisa linda ao ver o socorrista tirando a toca ninja que cobria meu rosto.

O amor que encheu a barrigaOnde histórias criam vida. Descubra agora