Capítulo 12 - Thomas

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Cheguei na boate. Não sei porque ainda tento convencer todo mundo que sou como todos os homens. Eu não sou. Não sinto prazer nas coisas ilusórias que me arrancam falsos sorrisos. Não sou nada do que costumo parecer aos olhos sociais, mas já que estou aqui, vou tentar me divertir.

Paguei por uma vodka e uma mesa. Fiquei em pé e coloquei a bebida sobre ela. Vejo pessoas rindo por nada, dançando.

Fico me perguntando se essas pessoas realmente são felizes ou só fazem parte de lugares cheios de pessoas vazias. Será que pensam como eu e só estão aqui para provar para todo mundo que são felizes sozinhos? Talvez seja isso.

Passei horas naquele lugar sem mexer um dedo para seguir o ritmo da música. Ouvi gritos de empolgação e palmas. Procurei o motivo da manifestação, mas não conseguia ver o que estava acontecendo. Todas aquelas pessoas, na minha frente, gritando para algo ou alguém que estava gerando uma agitação anormal em todos que estavam presentes. Principalmente nos homens. Resolvi enfrentar aquela multidão de pessoas e me aproximar para ver o que estava acontecendo. Vi, em cima de uma mesa, uma cena que me assustou. Aquela mulher que costuma entrar na frente do meu carro estava dançando como louca, bêbada demais. Eu fiquei abismado com aquilo. Como pode ser tão louca? Vi homens tentando passar a mão nela e aquilo me causou um pouco de revolta. Um dos seguranças pediu para que ela descesse da mesa. Ela desceu e rapidamente foi cercada por homens que pareciam estar no cio. Ela não sabia o que estava fazendo, estava dando lentas risadas enquanto tentava se afastar dos homens que estavam se aproveitando da situação. Eu não sei se devo ajudar, ela não merece; é louca, favelada, arrogante. Demorei um pouco, mas aquela situação estava me incomodando demais. Resolvi entrar na roda e dizer que ela estava comigo. Puxei-a pelo braço e saí daquele lugar. Levei ela até o carro enquanto ela dizia coisas sem sentido, não parava de falar que não precisava de ajuda. Nossa! Até bêbada é insuportável. Cheguei no prédio onde eu moro e peguei ela no colo. Levei-a até o apartamento e pedi para que Rosa fechasse a porta. Ela me olhou estranho e deu um sorriso disfarçado. Não perguntou o que estava acontecendo e, logo depois de fechar a porta a qual passei, foi abrir a porta do meu quarto. Deitei a esquentadinha sobre minha cama e fui pegar alguma camisa minha que coubesse nela. Quando separei a camisa, levei-a para o banheiro e dei um belo banho na mesma. Vesti ela com a minha camisa e deitei-a sobre a minha cama novamente, mas dessa vez para descansar. Talvez eu me arrependa disso, mas foi um ato de caridade. Tomara que ela não ache que estou querendo algo. Não sinto o mínimo interesse por essa mulher que é tão imprevisível e interesseira.

O amor que encheu a barrigaOnde histórias criam vida. Descubra agora