Capítulo 48 - Thomas

40 7 0
                                    


Acordei um um barulho que supostamente vinha da cozinha de Caroline. Demorei uns segundos até perceber onde eu estava e com quem eu estava. Meu filho estava desmaiado de sono em meus braços. Resolvi não interromper aquele sono que me parecia tão tranquilo e permanecia li por um tempo.

- Bom dia, pai do ano. - Falou Caroline enquanto entrava no quarto com uma bandeja repleta de frutas cortadas e um chá.

- Não tem pão? - falei enquanto batia o dedo indicador nas rodelas de bananas.

- Pão?

- É, pão, manteiga, mortadela, suco.

- Não, Thomas. Eu não me lembro desse seu gosto gastronômico.

- Helena só come essas coisas, acho que me acostumei.

- Vai sempre falar dessa moça? - Indagou enquanto dava as costas e se retirava do quarto.

Minha fome tinha chegado ao zero logo após saber que só haveria isso para comer. Me levantei e peguei minha coisas enquanto andava até a porta. Caroline estava na Janela da sala de estar e não percebeu a minha saída. Eu precisava espairecer, não sei se estou pronto para voltar aos meus hábitos.

Entrei em meu carro e fui até a praia. O sol estava escaldante, e a praia estava repleta de famílias que vinham de onde Helena veio. Coloquei uma bermuda curta que havia no carro e tirei a camisa. Segui até a areia e me sentei de forma que a água batesse na ponta dos meus dedos.

- Tom?

Levantei a cabeça e me deparei com Isabel e Benjamim. Os dois estavam usando trajes de banho. Isabel estava com um biquini vermelho e Benjamim estava com uma sunga branca.

- O que fazem aqui? - Perguntei enquanto levantava e batia a mão direita na parte de trás da minha bermuda para tirar a areia - Não respondam. Foi uma pergunta idiota.

- Ainda bem que você reconhece. Por isso você é meu amigo. - Disse Benjamim com tom de ironia - Como vai sua vida, máquina do tempo?

- Máquina do tempo?

- É. - Disse abrindo os braços e dando leves tapas em meu rosto - Não é você que gosta de voltar ao passado?

- Não tem graça, cara. Caroline está diferente - Falei enquanto seguiamos até um quiosque.

Isabel permaneceu calada o tempo inteiro. Apenas nos seguia. Nos sentamos em umas das mesas e Benjamim mostrou ser o policial mais chato do Rio de Janeiro, com seu infeliz interrogatório.

- E aí, garanhão? - Falou enquanto chamava o rapaz do quiosque e pedia uma água de côco - Por que não está mais indo à faculdade?

- São só alguns dias. Não vou morrer.

- E Helena?

- Já chega de perguntas, Benjamim. - Falei me debruçando sobre a mesa - Helena fez a escolha dela.

- Não, Thomas. Você é quem fez a escolha aqui. - Falou Isabel, sem tirar o canudo da boca.

Me sentei com postura novamente e olhei para o mar.

- O que acha de jantar com a gente hoje, paspalho? - Perguntou Benjamim, na tentativa desesperada de mudar o assunto.

- Melhor não. - Repondi sem olhar para ele.

- Eu perguntei por educação. - Falou enquanto levantava e pegava a carteira para pagar o que havia comprado - Tenho uma revelação para fazer hoje à noite.

- Não acredito!

- No que?

- Eu sabia! - Exclamei enquanto ria alto.

O amor que encheu a barrigaOnde histórias criam vida. Descubra agora