oito.: reencontro

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não sei como me desculpar o suficiente pela demora nas atualizações e pela qualidade dos últimos capítulos.

sei que as leituras e comentários têm diminuído, e isso são indicadores que a história perdeu o seu interesse. espero que continuem comigo até ao final 💔


♡ boas leituras, 💪


Matilde

Para as pequenas, que adormecidas com as suas cabeças pousadas na minha barriga e os seus longos cabelos pousados pela minha camisola, nunca haviam assistido a tal momento, o misto de cores, os sons a que davam origens as "estrelas grandes" no céu, era tudo uma magia pura. Elas disfrutaram de cada forma, cada palmeira, cada chuva de estrelas que no céu surgiam. Foram, de todo, os quinze minutos mais alegres que elas viveram desde que me recordo. A noite prolongou-se por algumas horas, com Joana e Madalena a imitarem os movimentos dos adultos e procurando sempre ter um par com quem trocar uns pezinhos de dança.

Na manhã seguinte, regressaríamos a casa, ainda que exaustos, com poucas horas de sono tranquilo e com o pensamento no inesperado que nos apareceria naquela manhã. Após oito anos sem qualquer contacto com o meu antigo companheiro, e depois do confronto da noite anterior, ele surgira, desculpando-se pelas suas atitudes, às oito da manhã. De certa forma, fui obrigada a recuar alguns anos e explicar-me o que me motivou a não falar-lhe mais – que passou por ser o facto de eu não estar a conseguir lidar com a distância, daí o ter evitado a todo o custo. Pude sentir os seus braços mais uma vez, mas não como antes. Tudo tinha ficado lá atrás.

Uns meses se passaram, e eu recordo essas semanas com carinho. Neste preciso dia, Catarina completa os oito meses e uma semana de gravidez, e mostra-se cada vez mais indisposta, com alguns humores fora do normal, e o seu corpo já não se movimenta como antes. Fazemos tudo para que ela se sinta bem, mas já convenci Francisco que o problema não era a sua falta de esforço, mas sim esta reta final que nos deixa assim.

O trinque da porta é ouvido, e Tobias corre para o seu dono, que pega no gatinho e lhe faz carinhos no pelo creme dele. Filipe alcança-nos com o seu campo de visão para a sala, e sorri quando olha para as meninas adormecidas à sua espera. O pequeno animal corre para a mãe, e o moreno vem até mim, beijando a minha testa.

– Estão cansadas? – questiona, enquanto retira o grande casaco que o protege do frio do inverno.

– Deve ter sido do aconchego, nada demais – senti movimentos provenientes de alguma das meninas, e beijo a nuca de ambas, sorrindo-lhes. – Olá, meninas –

– Papá! – Madalena diz, repentinamente, e Filipe apenas procede a impedi-la de cair do sofá, tamanha a corrida que realizou até aos braços do pai. – C-egas-te – ela diz, na forma mais querida possível, mostrando os seus dentes.

– Pipe! – Joana adotara esta forma de chamar o pai, chamando-o com os seus bracinhos no ar. Ainda era estranho para ambos, pois ela havia tomado conhecimento que Filipe nunca fora seu pai biológico e que, infelizmente, o seu pai era um anjinho lá no céu, pelo que ela nos disse que podia ser o anjo com o qual ela sonhara.

Oh, meus amores – ele abraça as duas, olhando para mim. O meu corpo pouco se movera desde que ele tinha chegado, coberto com mantas, e aconchegado pela lareira e pelo filme que passava na televisão, não queria sair dali. – Olá mamã, de novo – sem que eu me apercebesse, senta-se do meu lado e rodeia-me com os seus braços, que são o melhor conforto.

(desa)sossegoOnde histórias criam vida. Descubra agora