Capítulo 13

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MATILDE

Diário de uma mamã paciente.

– Descansa, amor – caminhava com Joana no meu colo há bastante tempo, deduzo até que sejam horas. Não pude dormir esta noite. A minha menina acordava de hora a hora, e agora chorava rabugenta, pelo que me parecia não querer dormir. Já lhe dei um banho quente para ver se ela se tranquilizava, mas nem uma canção o fez.

Às vezes pergunto-me onde vou buscar toda esta força, paciência para encarar estas pequenas situações. Noites mal dormidas, e mesmo assim consigo encarar o dia com um sorriso.

Escolhi uma roupa mais confortável para o dia de hoje que iria ser uma correria contra o tempo. Os noivos deveriam estar mesmo a chegar e peguei no primeiro vestido que vira no armário. Arrumei tudo o necessário numa mochila que iria transportar os bens essenciais para a Joana, e peguei na minha mala.

Mesmo no tempo perfeito, a campainha tocou, e enquanto eles esperavam do lado de fora garantia a segurança da minha menina no seu carrinho.

– Bom dia, mamã – Catarina abraça-me de lado enquanto Francisco faz exatamente o mesmo. – Estás cada vez mais gira – corei, instantaneamente, devido ao elogio da minha cunhada.

– Quem está cada vez maior é a minha Joaninha – Francisco é talvez, de todos os meus irmãos, aquele que se mostra mais babado pela sobrinha, talvez porque passou pelo processo da gravidez e do acompanhamento depois dela nascer.

– E rabugenta, também – saímos do meu apartamento e tivemos apenas de descer uma escadaria de duas escadas apenas para nos encontrarmos no exterior. Fomos no seu carro, onde eu vim sempre atenta a Joana que não queria dormir nem por nada.

– Eu vou deixar-vos na loja e na hora do almoço volto. – beijei a bochecha do loiro que seguiu viagem e nos deixou em frente a uma loja de noivas que parecia enorme, tinha até uma parte traseira de armazém.

– Que mundo...! – Catarina exclamara percorrendo os corredores até chegar à receção. – Ele não me disse nada, mas eu sei que ele foi ver do seu fato, só poderia – comenta, rindo. A exposição começa logo á entrada, prolongando-se ao longo dos metros que percorremos até chegar à receção.

– Já idealizaste algum tipo? – ela logo acenou, com um grande sorriso no seu rosto.

– Tem de ser justo aqui em cima, e largo mais abaixo, porque eu não me vejo a andar de saltos e com o tecido colar às minhas pernas. – explica, enquanto dá os seus dados à rececionista que logo nos indica uma porta.

Somos recebidas por uma senhora alta, com alguma classe que se apresenta como Margarida. Catarina passa um bom tempo a explicar o seu vestido ideal, e que seja confortável para um dia. Branco típico, mas que seja um pouco fora do vulgar.

– Já dorme – passei a minha mão no rosto da minha filha que finalmente adormecera.

– Matilde, o motivo pelo qual te trouxe aqui não só foi por companhia, mas queria pedir-te algo! – ela olhou para mim, enquanto pegava nas minhas mãos. – Eu quero que sejas madrinha do casamento, como é óbvio, e minha dama de honor, dado que eu tenho poucas pessoas que o possam ser – sorrio, um bocado fraco, talvez por sentir que se tratava de um assunto delicado. – Aceitas? – pediu, esperançosa.

– Sim! – ela deu-me um longo abraço enquanto esperávamos pela senhora Margarida que iria trazer algumas opções de vestidos.

– Trago aqui duas boas combinações que penso serem o seu estilo. O vestido que me pediu ao telefone para a madrinha do casamento também já está aqui – ela sorriu para mim de lado, com uma expressão inocente.

(desa)sossegoOnde histórias criam vida. Descubra agora