49 - Boa Noite.

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Oie amores. Tô aqui pra dizer que já chorei ouvindo essa música. Tinha milhares para colocar, mas aposto que a Júlia choraria se ouvisse ela essa noite. Espero  que gostem do capítulo. Amo vcs. Bjos <3
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Eu fiquei um pouco confusa.

- Eu não sei. - Eu não precisava brigar com ninguém no Natal - Eu não espero fazer isso, de verdade, Amber.

- Bom, eu espero que sim. Inclusive espero que você faça muito mais. - Amber suspirou aliviada - Quem sabe assim eles parem de perguntar quando Matt e eu vamos nos casar, quando virão os filhos... É sério, eu não aguento mais.

Eu ri e Amber, que já segurava na minha mão, me puxou pelo corredor, fomos caminhando até a sala.

- Espero que você sempre esteja grávida no Natal. Ou que tenha um bebê nos braços para mantê-los sempre ocupados... Assim eu posso terminar minha pós com intercâmbio e não ser julgada por isso.

Havia gente comendo por todos os lados. Não vi o Ed mas acreditava que ele estava comendo em algum lugar por ali. Provavelmente, o passatempo de Amber parecia ser me trazer comida e enquanto eu comia coisas maravilhosas que não sabia o que era, ouvia ela falar sobre sua faculdade de turismo, a pós graduação em história e o desejo de cursar fotografia, pois entendia que assim não ficaria presa em um só lugar e poderia com essa formação, encontrar emprego em qualquer lugar do mundo.

- Querida? Você se importaria de dormir no mesmo quarto que minha irmã? Estamos com a casa um pouco cheia hoje.

Imogen sorria para mim.

- O que? Nada disso... Vai dormir com a gente não é?

- Por causa da gravidez, talvez seja melhor dormir mais confortável. - Imogen olhou direto para Amber.

- E perder toda a diversão? Im me dá dez minutos.

Imogen saiu rindo, Amber parecia bem determinada em suas palavras.

- Já é tradição... Como tudo por aqui. - Ela riu divertidamente - A sala dos primos... Onde a gente canta, fala alto, come de madrugada... Você tem que dormir com a gente, aposto que o Ed vai dormir na sala. Eu prometo o melhor lugar pra você.

- Mas tipo... Como é isso? - Eu ria - Todo mundo faz o que quer e é só?

- Não assim... - Ela riu - Somos tipo primos que não tem filhos, a nova juventude, os casais mais bonitinhos sabe? Não sou boba de achar que nunca rolou nada ali, a maioria são casais mas todo mundo é discreto.

Amber me explicava que era uma coisa bem organizada, haviam crianças que dormiam juntas num quarto, enquanto suas mães se juntavam com outras para fofocar, se não quisessem ficar com seus maridos; Maridos também dormiam no quarto dos homens, onde corria o boato de que ninguém dormia na verdade. Alguns casais preferiam dormir juntos com seus filhos. E geralmente os mais velhos também preferiam dormir juntos.

- É a primeira vez da Annie também.

- Onde? - Annie apareceu na minha frente.

- Sala dos Primos. - Amber respondeu com uma ponta de orgulho.

- Eu vou querer saber o que é isso? 

- Logo você vai descobrir.

- Okay, então. - Annie se concentrou em mim -  Ju... Como você está? Eu conversei com o Benny e ele está explodindo de preocupação.

- Já vi que vocês precisam conversar e eu preciso te arrumar um bom lugar... Então, eu já volto.

Amber saiu dali e Annie se sentou ao meu lado, e sua fala tinha um tom de preocupação.

- Ele me contou da sua gravidez e disse que você está tendo problemas mas não falou quais eram...

- Pra ser sincera, nem eu sei o que está acontecendo direito, só sei que preciso de repouso porque posso perder o bebê.

- Agora olha só... Você vai ter esse trabalho todo para sair um bebê pela sua vagina enquanto você grita de dor? Olha, eu definitivamente, passo.

Não sei ao certo quanto tempo conversei com Annie, ela parecia mais simpática que o normal ou ela sempre foi assim e eu era quem não via isso. Um dia eu iria descobrir, mas não antes que Amber chegasse até nós.

- Primas novas. - Amber sorriu para nós - O cantinho dos primos está inaugurado.

O cantinho dos primos era basicamente centenas de colchões infláveis no chão da enorme sala de estar.

- Seu lugar é perto da lareira e longe da luz que vai entrar de manhã...

Annie escolheu o canto oposto, ela deitou mexendo no celular. O que dificultou a passagem de Murray, que apesar da briga na casa do Benny, parecia que ia dormir próximo a ela.

- Porque você não respondeu minha mensagem? - Murray tentava passar por cima dos colchões sem cair.

- Porque eu estou aqui. Você pode  vir aqui e falar comigo, ao contrário do meu melhor amigo que está no Brasil.

- Agora só me fala quem é mais importante: eu ou seu amigo?

- Eu vou precisar mesmo responder isso Murray?

Não sei qual foi a graça, mas enquanto estávamos todos preparados para o climão, Murray e Annie começaram a rir descontroladamente. Eu observava todos conversando, as pessoas foram chegando aos poucos e logo já estavam todos lá, comendo, rindo e falando ao mesmo tempo. Ed parecia radiante ao distribuir sorrisos.

Deitei quando a Annie ainda reclamava de alguma coisa que o Murray havia feito e eu ria disso. Ed ria e conversava com mais duas primas além de Laura e seu marido. Passei os últimos minutos pensando se o Ed dormiria ali mesmo comigo ou se ia arrumar uma desculpa de última hora, quando ele apagou a luz e voltou para onde estava.

Eu estava com um peso dentro de mim, lágrimas escorriam pelo meu rosto silenciosamente, enquanto eu mexia no celular para tentar me distrair e não chorar mais. A conversa continuou por algum tempo mesmo depois que ele deitou. Eu assitia o Ed rir e conversar olhando para o teto, até que Laura o deu "Boa noite".

Assim que o Ed se virou de frente para mim, nossos olhos se encontraram, mas dessa vez eu não desviei. As lágrimas continuavam a cair enquanto ele me olhava. A luz que saia da tela do meu celular me permitia ver o seu rosto com nitidez, de tão perto de mim que ele estava.

- Eu sinto muito. - Eu disse tentando controlar minha respiração e manter meu choro em silêncio - Eu sinto sua falta.

Em um gesto que eu não esperava, Ed trouxe suas mãos até o meu rosto e limpou as lágrimas que eu deixava cair. Eu fechei os olhos pedindo que aquele momento durasse para sempre. Eu queria que durasse para sempre. Mas não durou. Eu abri os olhos devagar, esperando que ele visse que eu ansiava para que ele me tocasse novamente.

- Boa noite. - Ed me disse ainda me olhando.

- Boa Noite. - Eu Fechei os olhos.

Photograph - Amores Imperfeitos [Ed Sheeran]Onde histórias criam vida. Descubra agora