65 - Eu Cuido de Você.

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- Sabe o que eu vi em um filme e queria fazer? - Matt me entregou um potinho com um creme branco dentro - Acompanhar o tamanho da sua barriga... Ela ainda está pequena, mas quando começar a crescer, não vai parar mais. Queria ter um lembrança de você assim...

- Gorda? Matt, nem eu quero ter uma lembrança dessa minha barriga... - Eu fiz uma careta e balancei a cabeça rindo.

Talvez eu estivesse falando mais pela situação do que pela gravidez em si.

- Me deixa fazer isso quando a gente chegar em casa e - Ele fez uma pausa dramática - Prometo que não encho mais você.

Eu fiz uma cara de dúvida; Eu sabia que ele não ia me deixar em paz, nem com isso e nem com os outros planos que ele tinha em relação a minha gravidez, mas mesmo assim fiz cara de paisagem.

- Valendo uma massagem maravilhosa nesses seus pézinhos cansados...

Ele disse animado e numa velocidade que eu me fez duvidar do meu inglês, logo em seguida abaixou os ombros com o semblante de derrotado, dando a entender que não tinha mais nada para me oferecer além desse agrado.

- Okay. Eu deixo você acompanhar a barriga mas... - Eu enfatizei bem que teria uma consequência - Eu quero uma massagem por acompanhamento que você for fazer, seja lá como você vai fazer isso.

Matt ficou radiante; Ao menos alguém estaria feliz naquela situação. Em casa, Matt me arrastou direto para os fundos, onde depois do jardim, havia uma espécie de celeiro, onde eram guardadas todas as tralhas que não cabiam no sótão, não eram boas o suficiente para estarem no porão, ou não eram úteis o bastante para estarem na garagem. Porém tudo por ali parecia melhor arrumado do que meu quarto, algumas vezes.

Foi então que em um dos cantos, Matt arrastou uma mesa e me pediu para encostar na parede. Ele pegou pincel com tinta preta, eu levantei minha blusa e então, com um grande sorriso bobo no rosto, Matt desenhou o contorno em volta da minha barriga, gravando tal curva na parede de madeira daquele cômodo.

- Olha só. - Ele se inclinou um pouco mais - Está perfeito...

- Uau! Minha barriga está grande assim? - Eu me afastei e arregalei os olhos.

- Cinco meses certo? - Ele fez uma careta perguntando em tom de dúvida.

- Certo. - Eu tentei uma continência meio desajeitada.

E então ele pegou um canetão e escreveu dentro da curva "Cinco meses na barriga da mamãe".

O jeito com o qual o Matt fez aquilo...

Enquanto isso o Ed continuava a viajar pelo mundo. Cherry não me ligava mais todos os dias e a minha única companhia além da família Sheeran era a minha avó que me ligava todos os dias fazendo questão que tudo fosse em vídeo para que ela pudesse acompanhar tudo sobre a bisnetinha dela e parecia tão boba quanto o Matt, às vezes.

Perto do final do inverno, Matt e eu passamos a ver dois ou três filme por dia... Estávamos praticamente críticos de cinema, nós pegamos todas as categorias do oscar, estudamos e quando íamos dar nossa opinião sobre um filme, além de dar uma quantidade de estrela de 1 a 5, ainda faziamos comentários no post-it como "ótima fotografia" ou "melhor ator coadjuvante" anexando ao livro que haviamos comprado em uma loja de suviniers em um dos nossos inúmeros passeios. O livro listava os 100 filmes que tinhamos que ver antes de morrer.

Outra coisa que Matt tinha razão era sobre o tamanho da minha barriga. A cada duas semanas ele marcava sua curvatura na parede do celeiro. Ela crescia a cada dia.

No meio da rotina de filmes e muita comida no sofá, nós tivemos uma festa e Matt insistiu para que nós fossemos a esse evento da orquestra em Londres.

Photograph - Amores Imperfeitos [Ed Sheeran]Onde histórias criam vida. Descubra agora