29 - Carro do Benny.

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Quando acordei, o Ed dormia abraçado a um pequeno travesseiro e coberto com um edredom cinza. Seu cabelo ruivo estava em cima da testa e algumas mechas quase alcançavam seus olhos fechados. Ele parece a criança mais linda do mundo enquanto dormia.

Eu o olhava enquanto ele dormia. Sua sobrancelha loira, suas sardas pelo rosto, sua barba ruiva, seus lábios estavam rosados... Eu mexia no cabelo dele, enrolando algumas mechas e as deixavam cair na testa dele, vendo o meu feito se desfazer vagarosamente.

- Senhora? – A aeromoça veio até nós e se dirigia a mim com uma voz baixa e suave – Poderia apertar os cintos? Estamos próximos de aterrissar. Senhor?

- Pode deixar... – Eu me dirigi a morena que usava um batom vermelho bordô e tinha um sorriso nos lábios - Eu coloco o cinto nele. – Eu sorri de volta.

A aeromoça assentiu ainda sorrindo e seguiu para os assentos atrás de nós. Eu descobri o Ed e coloquei o cinto em volta dele, o cobri novamente e fiz o mesmo comigo. Continuei olhando ele dormir e depois que aterrissamos e a maioria das pessoas já estava saindo do avião eu o acordei.

- Bom dia, Bae... Chegamos em New York... – Eu sorri. Ed sorriu, ainda com os olhos fechados, parecia não querer se levantar.

Assim que todo mundo saiu, Ed se levantou e nos dirigimos a saída também. Fazia muito frio em Nova Iorque e nós nos apressamos para ir para casa do Benny nos aquecer. Fui o tempo todo olhando pela janela, vendo a vista de inverno e aproveitando o abraço quente do Ed (ás vezes ele beijava o meu pescoço me arrepiando), quando me dei conta, já estávamos parados no portão da casa do Benny. O portão sempre ficava aberto, então entramos, seguimos para a porta e esta estava trancada.

- Ótimo! Benny saiu. – Ed fez bico.

- Ele sabia que estávamos vindo para cá e saiu? Porque? – Eu encostei na parede perto da porta.

Ed não respondeu. Tirou o pequeno celular do bolso para, provavelmente, ligar para o Benny. Deixamos as malas perto da porta e eu fui em direção ao jardim e me sentei na grama, na parte da frente da casa de Benny, me deitando nela.

- Está gelado aqui. – Eu disse enquanto abria os braços – Queria que estivesse nevando, eu nunca vi neve e seria legal fazer um anjo na neve.

- Seria, não é mesmo? – Ed sorriu para mim e deitou ao meu lado – Vamos aproveitar para tirar uma foto então...

- Você me disse que a gente ia viajar e tirar fotos... - Eu minha cabeça em seu peito, e Ed passou seu braço direito em volta de mim logo em seguida - Estávamos em Barcelona e não tiramos nenhuma.

- Quem disse que não tiramos? – Ed sorriu e colocou na galeria de fotos – Essa é minha favorita.

Era uma foto nossa, estávamos provavelmente na boate e eu o abraçava com o rosto colado em seu pescoço, ele tinha um leve sorriso no rosto, mas também não olhou para foto, seu rosto estava encostado no meu.

- Ah! Agora me sinto uma boba... Você conseguiu tirar uma foto minha com um tablet sem eu perceber... – Nós rimos.

- Essa é a sua chance de mudar isso e sorrir para nossa próxima foto. – Ed riu.

Tiramos uma foto sorrindo, deitados na grama gélida e tão próximos um do outro, que, assim que a foto foi para galeria, eu me virei e o beijei sem que ele esperasse.

- Seu beijo me causa mais arrepios do que essa grama congelada que eu estou deitado. – Eu ri – Está tão frio aqui. – Ed olhou em volta – Vamos, levanta.

Ed me ajudou a levantar e eu consegui entender o que ele estava pensando. Ele andava em direção a um carro antigo, o carro do Benny que estava estacionado no quintal. Era um carro antigo, cor de ouro.

- Está trancado. Você tem... Hum, acho que isso deve servir. – Ed pegou o cinto do meu casaco e colocou através de uma pequena fresta que já estava aberta. Ele tentou por alguns minutos abrir o carro, até que ele conseguiu encaixar o cinco na maçaneta, abrir o vidro e destrancar o carro.

- Pode entrar, my lady.- Ele abriu a porta sorrindo e fazendo sinal com a mão para que eu entrasse.

- Obrigada. – Eu agradeci fazendo uma reverência e sorrindo, depois entrei no carro e sentei no banco traseiro de couro do mesmo – O que você vai falar para o Benny se ele perguntar como a gente entrou aqui?

- Ele é uma puta... um fodido que sabia que a gente vinha e deixou a gente trancados pelo lado de fora da casa para morrer de frio. Ele não tem moral para me cobrar nada. – Ele se sentou do meu lado e me deu beijo – Me desculpe por ter falado um palavrão, darling.

- Um, não. Na verdade, foram dois. – Eu ri entrelaçando meus braços em seu pescoço, enquanto ele me puxava mais para perto dele pela cintura - O coração é de mocinha, mas a patada vai ser de cavalo, não é? Tenho medo de te desapontar um dia e você ser um cavalo comigo.

- Eu queria ser um cavalo com você... Mas, não essa parte do cavalo... – Ele sorriu e piscou para mim.

- Aff Ed! Sai de perto de mim. – Eu ria, enquanto ele me puxava para si e beijava meu rosto tentando me roubar um beijo – Se sendo assim do jeito que é, já dá trabalho, imagine sendo um cavalo.

- Você fala "Ai Ed!", mas, quando eu falo essas coisas, fica imaginando e me dando corda – Ele ainda ria, me segurando com um pouco mais de força por eu  estar me esquivando dele – Não sou  um cavalo, mas você aguenta bem, eu gosto do jeito que você faz... - Ed tentava me beijar.

- Não fala mais nada. – Acabei encurralada na janela do lado direito do carro e o Ed veio para perto de mim rindo e ainda tentando me beijar – Do que a gente está falando...

- Sexo. Óbvio. – Ele finalmente conseguiu me dar um beijo, mas eu ainda virava o rosto.

- Queria saber que ônibus pegamos para chegar a esse ponto? Eu, você, sexo e cavalos? Que coisa horrível. – Eu ri.

- O cavalo eu não sei... Mas você e eu podemos incluir sexo na conversa agora... Podemos fazer isso aqui mesmo... Vai ajudar a esquentar. – Ele sorriu e finalmente conseguiu me roubar um beijo.

- Claro, para o Benny chegar e ver você pelado, com essa coisa toda, branca, aparecendo, pela janela do carro. – Nós rimos.

- Em minha defesa, se ele estivesse aqui, nada disso iria acontecer.

Ed começou a beijar meu pescoço, minha boca... E eu não resisti mais. Pela intensidade do seu beijo, ele realmente estava com a intensão de nos esquentarmos no carro do Benny. O nariz dele estava um pouco vermelho e bem gelado, e acabava encostando no meu rosto, às vezes, quando ele me beijava, o que deixava ele mais lindo e a situação mais sexy. Estávamos cada vez mais confortáveis no banco de trás do carro do Benny, tudo realmente estava ficando mais e mais quente, quando eu ouvi o barulho no portão.

- Amor... Acho que o Benny chegou.


Photograph - Amores Imperfeitos [Ed Sheeran]Onde histórias criam vida. Descubra agora